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ENTREVISTA - Banco Bari vê fresta para BC dar primeiros sinais de ajuste da Selic

Publicado 08.12.2020, 14:03
Atualizado 08.12.2020, 16:04
© Reuters.

Por Ana Carolina Siedschlag

Investing.com - Nesta última reunião do Comitê de Política Monetária de 2020, o Banco Central pode começar a sinalizar ao mercado a possibilidade de aumento da taxa básica de juros, a Selic, a partir do próximo ano, disse o diretor financeiro do Banco Bari, Evaldo Perussolo, em entrevista ao Investing.com.

Para ele, o comunicado do Copom, que acompanhará a decisão sobre a taxa nesta quarta-feira (9), não deve trazer mudanças bruscas, mas pode mandar uma mensagem “de preparar o terreno” para um cenário de alta da taxa.

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“Se tiver pressão inflacionária, se o governo não resolver a questão dos gastos, o BC deve começar a deixar a porta um pouquinho mais aberta para fazer o ajuste no começo do ano que vem”, disse.

O Banco Central divulga a decisão da taxa Selic amanhã, a partir das 18h30.

Confira a entrevista completa:

Investing.com - Qual é a perspectiva do Banco Bari em relação ao comunicado do BC sobre a alta recente da inflação, que já dá sinais de se estender para o próximo ano?

Evaldo Perussolo: Da maneira que vem se comunicando nos comunicados anteriores. A inflação dá sinais de pressão adicional, que podem se resolver no curto prazo, mas ligou a luz amarela.

Assim, o BC deve vir com um comunicado deixando um pouco mais solta a possibilidade de aumento da Selic do próximo ano. Não vai fazer isso agora, não tem justificativa nenhuma, mas vai dar uma mensagem de que se inflação continuar elevada e se tiver discussões sobre Teto de Gastos, pode começar a sinalizar um pouco mais forte sobre um possível aumento de juros no início do ano que vem.

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Inv.com - Quais as expectativas para a inflação em 2021?

EP: Ficamos entre a cruz e a espada. O desemprego ainda está alto e teremos o fim do subsídio, o que é bom para as contas públicas, mas freia o consumo. Desestimulando o consumo, a inflação vai para baixo, mas, na contramão, há uma demanda represada do primeiro semestre, empresas com dificuldade com insumos porque pararam a produção lá atrás, e para retomar isso não é tão rápido assim. Se tem pouco produto, também gera um pouco de pressão inflacionária.

Tem uma cadeia logística gigantesca que está tentando se recompor à medida que as coisas vão voltando à normalidade e isso vai se estender. Por outro lado, há dúvidas se voltam a investir. Tem várias situações que nos levam a crer em uma pressão inflacionária.

Inv.com - Até agora o BC tinha deixado uma fresta de que poderia haver mais um corte na taxa Selic. Então essa comunicação pode mudar agora para uma fresta indicando alta?

EP: Via de regra, esse comunicado não vai vir com uma mudança brusca. Pode começar a dar a mensagem de preparar o terreno para o mercado considerar isso como possível. Começa a dar sinais de que se a coisa não melhorar, se tiver pressão inflacionária, se o governo não resolver a questão dos gastos, ele começa a deixar a porta um pouquinho aberta para fazer o ajuste no começo do ano que vem.

Inv.com - E em relação aos ajustes fiscais, o BC deve pressionar um pouco mais nesse comunicado ou vão manter o que tem sido dito até então?

EP: Deve manter, reforçando a importância do tema. O mercado ficou muito contente com aquelas palavras do [presidente Jair] Bolsonaro que o auxílio para a Covid não será para sempre, uma hora a economia tem que voltar à normalidade. Isso dá um sinal de que o governo começa a frear esses gastos. Mas isso é só uma expectativa, temos que olhar como isso de fato virá no ano que vem.

O BC pode reforçar um pouquinho esse tema, já que, passadas as eleições, é importante retomar a discussão e manter esse encaminhamento. Se vier um mais duro, também não seria uma surpresa.

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Inv.com - Com a vacina chegando em alguns países e a melhora dos mercados lá fora, quais as expectativas para o Brasil?

EP: A preocupação é a logística e a guerra até política com as vacinas. Os governos federais e estaduais estão batendo cabeça, o que tende a complicar. Quanto mais demorar a vacina, mais duradouros serão os efeitos econômicos

O Brasil vai demorar para distribuir essa vacina e teremos um atraso em relação ao exterior. Reino Unido já começa a vacinação, Alemanha tem um estoque bem relevante de vacinas, talvez os EUA comecem a vacinação antes. Vamos ter um delay de dois, três meses em relação a isso, e a atividade segue essa demora.

Inv.com - Qual a expectativa de crescimento da economia para o ano que vem?

EP: Teremos crescimento de 4%. Talvez não exatamente por méritos, mas pela conjuntura que o mundo estará, em recuperação, com retomada das indústrias. Para a Selic, a expectativa é que o BC comece a agir ano que vem, alguma coisa já no primeiro semestre, com mais intensidade no segundo, e chegando no final com 3,5%.

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