Edimburgo (Reino Unido), 14 nov (EFE).- A ministra principal da Escócia, Nicola Sturgeon, reivindicou nesta quarta-feira para esta região do Reino Unido as mesmas oportunidades que a Irlanda do Norte de permanecer no mercado comum quando o "brexit" se materializar, depois que Londres e Bruxelas alcançaram um princípio de acordo.
"O enfoque da primeira-ministra (Theresa May) deixaria a Escócia fora do mercado único - apesar de 62% dos escoceses terem votado pela permanência (na UE)-, mas competindo pelo investimento com a Irlanda do Norte que, efetivamente, ainda estaria nele", escreveu a líder independentista no Twitter (NYSE:TWTR).
May preside hoje uma importante reunião extraordinária do Governo britânico para aprovar o acordo técnico para a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), prevista para 29 de março de 2019 após a aprovação em referendo realizado em junho de 2016.
O Partido Nacionalista Escocês (SNP) liderado por Sturgeon defendeu desde a vitória do brexit no referendo que Londres deveria buscar um pacto que mantivesse todo o país dentro do mercado comum e da união aduaneira para assim minimizar as consequências econômicas da saída do bloco.
Embora ainda não seja conhecido o conteúdo da minuta de acordo, a televisão pública irlandesa "RTE" antecipou que propõe uma solução para a cláusula de segurança exigida pelo bloco europeu para que não seja criada uma fronteira entre a província britânica da Irlanda do Norte e a República da Irlanda.
O objetivo é não prejudicar suas economias e nem o processo de paz norte-irlandês.
O dirigente do SNP no Parlamento de Westminster, Ian Blackford, insistiu também que a região escocesa deve receber o mesmo tratamento que sua vizinha.
"Está sendo permitido que a Irlanda do Norte permaneça no mercado único como parte da cláusula de segurança, e me alegro pelo povo da Irlanda do Norte, mas a Escócia deve ter a mesma oportunidade", disse Blackford em entrevista à emissora "BBC".
Blackford precisou que manter a Irlanda do Norte nos espaços de livre-comércio da União é "absolutamente correto" para que o acordo do brexit garanta o não estabelecimento de uma fronteira física entre as duas Irlandas, mas que, em tal caso, "não há razões para que as circunstâncias da Escócia não sejam levadas em consideração".
Blackford destacou que Sturgeon foi "muito clara desde a votação do brexit", quando a Escócia optou majoritariamente por seguir no bloco comum, por isso que precisou que "os votos de seus habitantes devem ser "respeitado".
"Pelo menos, isso significa permanecer no mercado único e na união aduaneira, estas são as nossas linhas vermelhas", sustentou.