Madri, 24 set (EFE).- Um dia após expirar o prazo para a formação do governo devido à falta de acordo entre os partidos, a Espanha teve o Parlamento dissolvido nesta terça-feira e novas eleições foram oficialmente convocadas para o dia 10 de novembro.
O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) venceu as eleições de 28 de abril, mas as 123 cadeiras (das 350 do Parlamento) conquistadas não foram suficientes para governar sozinho. Sem o apoio de outros partidos, o candidato socialista e presidente do governo interino, Pedro Sánchez, não pôde ser reeleito.
Sendo assim, a presidente da Câmara dos Deputados, Meritxell Batet, considerou finalizada uma breve legislatura de pouco mais de quatro meses.
As eleições do dia 10 de novembro serão as quartas em quatro anos (as anteriores foram em dezembro de 2015, junho de 2016 e 28 de abril deste ano), o que mostra a instabilidade política vivida pela Espanha.
Segundo a Constituição espanhola, se nenhum candidato for confirmado como presidente do governo na Câmara dos Deputados em até dois meses depois da primeira votação de posse - que aconteceu em 23 de julho -, o rei dissolve o Parlamento e convoca novas eleições com o aval da presidente da câmara baixa, o que ocorreu nesta terça-feira.
O novo processo eleitoral durará 47 dias, com uma campanha mais curta que o habitual, de apenas oito dias, como determina a lei espanhola para o caso de repetições eleitorais, como é o caso.
Batet disse acreditar que na próxima legislatura os partidos serão capazes de "formar um governo estável" para "enfrentar com sucesso os desafios do país".
Pela primeira vez desde a restauração da democracia no final dos anos 70, as eleições terão três partidos no bloco da esquerda e três na direita, com a possibilidade de coalizão parlamentar, o que junto aos grupos nacionalistas deixam o cenário político espanhol muito plural e dificulta uma vitória clara de algum lado.