SÃO PAULO (Reuters) - As vendas do varejo brasileiro em maio subiram 3 por cento sobre o mesmo mês de 2017, apesar do impacto da greve dos caminhoneiros, que paralisou o país no final do mês passado, informou nesta terça-feira a companhia de meios de pagamento Cielo (SA:CIEL3).
Segundo índice da companhia que acompanha mensalmente o varejo, as vendas do setor no mês passado tiveram crescimento acima da alta de 2,1 por cento verificada em abril, também na comparação anual.
O levantamento, porém, apurou que a paralisação dos transportadores impactou negativamente a receita do varejo em 2,4 pontos percentuais em maio.
"O que ocorreu é que tivemos uma dinâmica muito particular no mês de maio, com dois períodos muito claros e distintos: crescimento muito forte no período que antecedeu a crise de abastecimento e outro bem mais fraco, até com retração, no período da paralisação", disse Gabriel Mariotto, diretor de inteligência na Cielo.
Segundo a companhia, antes da greve dos caminhoneiros, o ICVA deflacionado de maio era de 4,5 por cento, mas no período da paralisação o índice passou a ser 1,2 por cento negativo.
A pesquisa afirma que o setor de super e hipermercados foi destaque positivo em maio, beneficiado pela corrida de consumidores às lojas em meio à paralisação dos transportadores. Além disso o setor de vestuário apresentou aceleração de vendas, apesar de impacto negativo da greve. O destaque negativo foi postos de combustível, que ficaram sem ter produto para vender no período.
O levantamento afirma que o período do dia das mães (7 a 13 de maio) ajudou a conter os efeitos da greve no faturamento no mês passado, ao ter apresentado crescimento de 6,7 por cento sobre o mesmo período do ano passado.
A região Sudeste teve o desempenho mais fraco de vendas entre as outras partes do país em maio ante o mesmo mês do ano passado, com elevação de faturamento de 1,3 por cento, descontada a inflação, após expansão de 0,9 por cento em abril. Já o maior crescimento ocorreu no Norte, com expansão de 7,6 por cento em maio após 7,7 por cento em abril.
(Por Alberto Alerigi Jr.)