Por Michael S. Derby
(Reuters) - O banco central dos Estados Unidos provavelmente terá mais um aumento na taxa de juros pela frente, uma vez que continua trabalhando para reduzir a inflação alta, disse o presidente do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic, nesta terça-feira.
"Mais um movimento deve ser suficiente para darmos um passo atrás e ver como nossa política está fluindo na economia, para entender até que ponto a inflação está voltando à nossa meta", disse Bostic em entrevista à CNBC.
"A economia ainda tem muito ímpeto e está tendo um desempenho bastante forte, e a inflação continua muito alta", disse Bostic, acrescentando que "por praticamente todas as medidas que se observa, a inflação atual é mais que o dobro da nossa meta. Então ainda há mais trabalho a ser feito e estou pronto para isso".
A meta de inflação do Fed é de 2% e, em fevereiro, o indicador preferido do banco central dos EUA - o índice PCE - subiu 5% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
A perspectiva de Bostic é de mais um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa, o que elevaria os juros referencias do Fed para a faixa de 5,00% a 5,25%. O Comitê Federal de Mercado Aberto do banco central se reunirá em 2 e 3 de maio, e o aumento de 25 pontos-base indicado coletivamente por autoridades em março e amplamente esperado pelos mercados também é considerado o ponto de parada.
Uma vez que o aumento final ocorra, o Fed será capaz de manter a taxa de juros estável por um período prolongado e ver como o impacto acumulado dos muitos aumentos está afetando o curso da economia, disse Bostic. Quando a taxa básica de juros atinge o pico, "não temos realmente nada a fazer além de monitorar a economia pelo resto deste ano e até 2024", disse ele.
Bostic não é membro votante do Fomc este ano.