Por Howard Schneider
WASHINGTON (Reuters) - O Federal Reserve iniciou sua reunião de política monetária na quarta-feira enfrentando uma mudança no cenário político mas com pouco nos recentes dados econômicos para alterar os planos de alta da taxa de juros em dezembro e novos aumentos no próximo ano.
O banco central norte-americano não deve aumentar os juros ao final de seu encontro nesta quinta-feira, na sequência de uma renovação da volatilidade nos preços das ações, aperto nos mercados de crédito e expectativas de que a economia dos EUA vai desacelerar no próximo ano.
O comunicado de política monetária do Fed será divulgado às 17h (horário de Brasília) desta quinta-feira, e analistas não preveem grandes mudanças.
O Fed pode indicar uma possível desaceleração no mercado imobiliário e queda no investimento imobiliário como motivo para achar que o crescimento está enfraquecendo. Ao mesmo tempo, os ganhos de emprego desde o encontro de setembro foram sólidos, assim como os gastos dos consumidores.
"Esperamos muito poucas mudanças" em relação ao comunicado de setembro que caracterizou a economia como "crescendo a uma taxa forte", disse o economista do JP Morgan Michael Feroli.
Dados divulgados no final de outubro mostraram que a economia dos EUA cresceu a uma taxa anual de 3,5 por cento entre julho e setembro, bem acima do ritmo de 2 por cento que o Fed e muitos economistas consideram como tendência.
O Fed não divulgará projeções econômicas atualizadas nessa reunião, a última sem entrevista à imprensa programada.
A partir de dezembro, o chairman do Fed, Jerome Powell, prometeu dar entrevistas após cada uma das oito reuniões de política monetária do Fed no ano.
O resultado das eleições parlamentares de terça-feira, que deu ao Partido Democrata o controle da Câmara dos Deputados e fortaleceu a maioria republicana no Senado, deve ser foco de discussão na reunião do Fed bem como a economia.
A nova maioria democrata na Câmara significa um novo presidente para o Comitê de Serviços Financeiros da Casa, que supervisiona o Fed.