Investing.com – A possibilidade de um corte na taxa de juros pelo Federal Reserve já em março está sendo considerada após dados recentes de inflação nos EUA mostrarem um ritmo mais moderado do que o esperado, de acordo com analistas do Morgan Stanley (NYSE:MS).
Excluindo itens voláteis como alimentos e combustíveis, o índice de preços ao consumidor básico (núcleo do IPC) subiu 0,2% em dezembro na comparação mensal, conforme relatório do Departamento do Trabalho divulgado na quarta-feira. Economistas previam um aumento de 0,3%.
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Após a divulgação, apostas recentemente enfraquecidas em cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve ao longo deste ano voltaram a ganhar força, embora tenham sido moderadas por dados adicionais divulgados na mesma semana, que apontaram para vendas no varejo robustas e um mercado de trabalho resiliente.
Esses números indicaram que, com a demanda mostrando sinais de vigor e o desemprego improvável de aumentar, a probabilidade de uma desaceleração repentina nas condições do mercado de trabalho é baixa, afirmaram os analistas do Morgan Stanley em nota aos clientes.
Essa resiliência no mercado de trabalho eliminaria, na prática, um dos principais argumentos para o Fed, que já reduziu os custos de empréstimos em um ponto percentual em 2024, retomar o ciclo de cortes, argumentaram os analistas.
No entanto, os sinais contínuos de alívio inflacionário — como sugerido pelos dados mais fracos do núcleo do IPC — podem ter mantido “a porta aberta” para um corte em março, acrescentaram.
Em particular, a previsão dos analistas para o índice de preços de despesas de consumo pessoal (núcleo do PCE), uma métrica de inflação crucial acompanhada de perto pelos formuladores de política do Fed, está agora quatro pontos-base abaixo de suas estimativas iniciais, feitas antes do conjunto de dados divulgado nesta semana.
“Esperamos mais avanços adiante, com uma desaceleração no ritmo de 12 meses da inflação do núcleo do PCE em janeiro”, escreveram os analistas, acrescentando que a pressão altista sobre a inflação no primeiro trimestre, de forma geral, também pode ser menos intensa do que foi no mesmo período do ano anterior.
Contudo, alertaram que as tarifas de importação amplas propostas pelo presidente eleito Donald Trump, tanto para países aliados quanto adversários, poderiam tirar um corte de março “da mesa”, especialmente se essas medidas forem implementadas mais cedo ou em valores mais elevados do que o projetado.
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