Por Marc Jones
LONDRES (Reuters) - Uma das autoridades do Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou nesta terça-feira que os riscos para a economia global estão aumentando e que os governos e bancos centrais podem não estar bem equipados o suficiente para lidar com essa situação.
O Fundo vem pedindo para que os governos se preparem durante os dois últimos anos de tranquilidade da economia global, disse o vice-diretor-gerente do FMI, David Lipton.
"Mas, como muitos de vocês, vejo os riscos crescendo e temo que o trabalho sobre prevenção de crises esteja incompleto", disse ele em uma conferência organizada pela Bloomberg.
Ele também alertou que as tensões podem deixar os políticos sob pressão e em águas desconhecidas.
"Os bancos centrais provavelmente vão acabar explorando medidas cada vez mais não convencionais. Mas com sua eficácia incerta, devemos nos preocupar com a potência da política monetária."
Muitos governos também não terão muito espaço para manobra por já terem acumulado dívidas elevadas.
"Não devemos esperar que os governos acabem com o amplo espaço para responder a uma desaceleração que tiveram há 10 anos", disse Lipton. O estímulo também pode ser difícil de vender politicamente, considerando o ônus financeiro que ele cria, disse.
O maior risco imediato, porém, é a atual guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. Se todas as tarifas ameaçadas forem colocadas em prática, até 0,75 por cento do PIB global será perdido até 2020, estimou o FMI.
"Isso seria uma lesão a si mesmo. Por isso, é vital que essa trégua (recentemente anunciada entre Washington e Pequim) leve a um acordo duradouro que evite a intensificação ou a disseminação das tensões".
Se isso não acontecer e um impasse se instalar, pode haver uma "fragmentação" prejudicial para a economia global que provocará uma recessão, disse ele.