Investing.com - O Banco Central divulgou na manhã desta segunda-feira (30) a última edição do Boletim Focus do corrente calendário, trazendo novos ajustes para cima em relação às expectativas dos analistas de mercado para a economia brasileira em 2019 e no próximo ano. Os economistas ouvidos pelo BC reforçam a tendência positiva do final do ano, ao elevarem pela quarta semana consecutiva as estimativas do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no ano, refletindo a retomada propiciada pela liberação de recursos do FGTS - acelerando as vendas no varejo - e a recuperação da construção civil no segundo semestre.
O levantamento realizado pela autoridade monetária aponta o crescimento no país no ano deve ser de 1,17%, diante dos 1,16% estimados na pesquisa divulgada no último dia 23. Há quatro semanas, a estimativa era que o PIB tivesse avanço de 0,99%. Para 2020, a aposta também subiu, de 2,28% para 2,30%, a oitava semana seguida de alta. Há um mês, a aposta era de um crescimento de 2,22% para o ano que vem.
Os analistas ouvidos pelo BC também elevaram as projeções do IPCA para o fechamento do ano, com a aposta indo de 3,98% para 4,04%, sendo que há quatro semanas a aposta era de 3,46%, ainda abaixo do centro da meta de 4,25% e dentro da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. A acelerada do preço de proteína animal é um dos principais fatores para a aproximação da projeção do IPCA de 2019 ao centro da meta, após ao longo do ano ficar abaixo de 3,5%.
Além disso, na última sexta-feira, a FGV informou que o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) subiu 2,09% em dezembro, bem acima da alta de 0,30% apurada em novembro. O resultado veio em linha com estimativa de alta de 2,12% apontada em pesquisa da Reuters com economistas.
No ano, o índice, que é usado como referência para a correção de valores de contratos, com os de aluguel de imóveis, acumulou alta de 7,30%. Segundo a FGV, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, teve avanço de 2,84 em dezembro, após alta de 0,36 antes em novembro.
Para 2020, os analistas ampliaram as projeções do IPCA da semana passada, estimando uma alta de 3,60% e não mais 3,59%, também abaixo do centro da meta de 4% estabelecido para o ano que vem e dentro da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Há quatro semanas, os economistas também projetavam alta de 3,60% no índice de preços para o ano que vem.
Em relação ao dólar, a aposta é que a moeda americana deva fechar o ano a R$ 4,10, repetindo o patamar estimado na semana anterior. Já as apostas de 2020 foram reduzidas de R$ 4,10 para R$ 4,08.
Sem novas reuniões na Selic neste ano, a taxa básica de juros já está definida para encerrar o ano em 4,50%. Para 2020, as apostas são de encerrar o ano a 4,50%, após o corte de 25 pontos-base na próxima reunião em fevereiro e início do ciclo de alta de juros no fim do ano com uma adição de 0,25 ponto percentual na taxa básica no final do ano.