WASHINGTON (Reuters) - Os gastos dos consumidores norte-americanos e os preços subiram moderadamente em junho, apontando para um crescimento econômico mais lento e uma inflação benigna que pode levar o Federal Reserve a cortar a taxa de juros na quarta-feira pela primeira vez em uma década.
O Departamento de Comércio informou nesta terça-feira que os gastos do consumidor, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, aumentaram 0,3%, com o aumento dos serviços e gastos com outros bens compensando a queda nas compras de veículos.
Os dados de maio foram revisados para cima, mostrando que os gastos do consumidor subiram 0,5% em vez do avanço divulgado antes de 0,4%. Economistas consultados pela Reuters previam que os gastos do consumidor subiriam 0,3% no mês passado.
Os dados foram incluídos no último relatório do Produto Interno Bruto do segundo trimestre, que mostrou que os gastos do consumidor aumentaram a uma taxa anualizada de 4,3%, acelerando de um ritmo morno de 1,1% no período de janeiro a março.
Fortes dados de gastos do consumidor diminuem parte do impacto sobre o PIB decorrente das fracas exportações, do investimento empresarial e de uma desaceleração no acúmulo de estoques. A economia cresceu a uma taxa de 2,1% no último trimestre, recuando em relação ao ritmo acelerado de 3,1% do primeiro trimestre.
Os preços ao consumidor medidos pelo índice PCE subiram 0,1% em junho, com queda dos preços de alimentos e energia. O índice de preços do PCE subiu 0,1% em maio. Nos 12 meses até junho, o PCE subiu 1,4%, repetindo a taxa de maio.
Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o núcleo do índice de preços PCE subiu 0,2% no mês passado, aumentando na mesma margem pelo terceiro mês consecutivo. Isso elevou o aumento anual do núcleo do PCE para 1,6%, de 1,5% em maio.
O núcleo do PCE é a medida de inflação preferida do Fed e tem ficado abaixo da meta de 2% do banco central norte-americano este ano. Autoridades do Fed darão início à sua reunião de política monetária de dois dias na terça-feira, tendo como pano de fundo a desaceleração do crescimento econômico.
A economia, que está desacelerando à medida que o estímulo do pacote de corte de 1,5 trilhão de dólares em impostos no ano passado diminui, está enfrentando obstáculos derivados das tensões comerciais e do fraco crescimento global.
Quando ajustados pela inflação, os gastos do consumidor aumentaram 0,2% em junho. O chamado gasto real do consumidor subiu 0,3% em maio. O pequeno ganho do mês passado no núcleo do consumo provavelmente determinará uma redução no terceiro trimestre após o crescimento robusto registrado no período de abril a junho.
No mês passado, os gastos com bens subiram 0,3%, assim como os gastos com serviços.
Os gastos do consumidor em junho foram sustentados por um aumento de 0,4% na renda pessoal, que se seguiu a um aumento semelhante em maio.
(Por Lucia Mutikani)