Por Lucia Mutikani
WASHINGTON (Reuters) - A economia dos Estados Unidos provavelmente continuou a crescer a um ritmo sólido no primeiro trimestre, impulsionada pelos fortes gastos do consumidor no início do ano, mas o ímpeto parece ter diminuído consideravelmente desde então, à medida que os efeitos da taxa de juros mais alta se espalham.
O primeiro relatório sobre o Produto Interno Bruto no primeiro trimestre do Departamento de Comércio, a ser divulgado nesta quinta-feira, provavelmente mostrará que a economia está longe de uma recessão. Mas o cenário econômico agora é muito diferente.
As condições de crédito se tornaram mais rígidas após a recente turbulência no mercado financeiro, o que, juntamente com o ciclo de aumento mais rápido dos juros pelo Federal Reserve desde a década de 1980, aumentou os riscos de uma desaceleração na segunda metade do ano.
Após os ganhos de janeiro, que os economistas atribuíram ao clima excepcionalmente ameno e às dificuldades de ajustar os dados às flutuações sazonais, os relatórios econômicos apresentaram um tom mais fraco, com queda das vendas no varejo em fevereiro e março.
"Vale a pena avaliar onde está a força no final do trimestre", disse Will Compernolle, macroestrategista da FHN Financial. "Grande parte do primeiro trimestre é apenas um capítulo anterior da economia, porque agora estamos no mundo pós-tensão bancária, onde muitas empresas podem estar expressando uma espécie de hesitação em investir ou podem estar enfrentando condições de crédito mais rígidas."
De acordo com uma pesquisa da Reuters com economistas, o crescimento do PIB provavelmente aumentou a uma taxa anualizada de 2,0% no último trimestre, depois de subir a um ritmo de 2,6% no quarto trimestre. As estimativas variavam de uma taxa de crescimento de 0,4% a um ritmo de 3,3%.
O ritmo de crescimento segue acima do potencial da economia, mantendo o banco central norte-americano no caminho de elevar os juros em mais 25 pontos-base na próxima semana. O Fed elevou sua taxa básica em 475 pontos-base desde março passado, do nível próximo a zero para a faixa atual de 4,75% a 5,00%.