Caracas, 27 nov (EFE).- O governo da Venezuela proibiu nesta quinta-feira a decolagem de aeronaves particulares, pequenas e médias, ao iniciar uma operação policial e administrativa de combate às drogas e à corrupção em sete aeroportos do país por tempo indeterminado.
"Às 5h da manhã tomei os aeroportos do país e temos 1,5 mil aeronaves privadas que estão tendo seu histórico revisado. Queremos saber onde foram compradas, quanto custaram, de onde vieram", revelou o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, durante um evento militar em Caracas.
A operação se desenvolve em três aeroportos que servem Caracas e em outros situados nos estados de Zulia (noroeste), Carabobo (centro), Nueva Esparta (Ilha Margarita, nordeste) e Anzoátegui (nordeste) e em seu início registrou a retenção de mais de dez aeronaves.
O vice-presidente do governo, Jorge Arreaza, informou pela manhã através da rede da televisão estatal que a operação, que busca por vestígios de drogas e faz uma revisão adicional dos documentos, tem o objetivo de "regularizar e garantir que tudo esteja de acordo com os regulamentos".
"Aqueles aviões, aeronaves e pilotos que não estejam de acordo com os regulamentos passarão a ser investigados e algumas medidas serão tomadas, dentro das leis aeronáuticas e da legislação venezuelana", disse Arreaza no aeroporto internacional Simón Bolívar, que serve Caracas.
O vice-presidente do governo não revelou a duração da operação, que "aprofunda" - destacou - os controles rotineiros que são realizados nesse e em todos os aeroportos venezuelanos.
Em companhia da ministra do Interior, Carmen Meléndez, e de autoridades do Escritório Nacional Antidrogas (ONA) e do Instituto Nacional de Aviação Civil (Inac), Arreaza acrescentou que a revisão inclui a confirmação do pagamento de impostos e de outras "dívidas tributárias".
Sobre esse tema, o titular do Serviço Nacional Integrado de Administração Aduaneira e Tributária (Seniat), José David Cabello, disse que 11 pequenos aviões foram "retidos preventivamente" no terminal de Charallave, outro aeroporto que serve Caracas, "por apresentarem inconsistências em seus documentos".
Cabello, que também é ministro das Indústrias, acrescentou que no aeroporto Metropolitano, um terceiro terminal da capital que conta com 364 hangares e no qual há 600 aeronaves, "existem alguns indícios de que, de uma maneira ou de outra, aconteceram atividades relacionadas com tráfico e contrabando, inclusive de dólares".
"Vamos fazer uma revista exaustiva durante vários dias para conseguir esclarecer" esse assunto, acrescentou Cabello.