O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu, na manhã desta segunda-feira, 30, um alinhamento das políticas fiscal, comandada por sua pasta, e monetária, executada pelo Banco Central, como condição para a economia crescer de forma sustentada. "Ou fiscal e monetário andam juntos virtuosamente, ou vamos ter problema econômico", afirmou durante entrevista à rádio CBN, onde por diversas vezes pregou respeito aos limites do arcabouço fiscal.
Segundo Haddad, quanto mais o arcabouço for respeitado, maior será o espaço para o BC voltar a cortar os juros.
Com juros mais baixos, emendou, o Brasil vai atrair investimentos e, assim, aumentar a capacidade de crescimento, aliviando a inflação. O crescimento da economia acima do potencial foi um dos motivos que levaram o BC a subir os juros na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Haddad frisou que a dívida pública, por gerar incerteza no mercado, precisa ser administrada com "muito cuidado". Após lembrar das ações de rating positivas recebidas pelo Brasil, ele disse que as notas de risco de crédito vão parar de subir se o País não cuidar da dívida.
Embora tenha ponderado que a Previdência terá que ser observada com atenção por todos os governos, mesmo após a reforma de 2019, o ministro considerou que o susto com a escalada dos gastos previdenciários passou. As despesas nesta rubrica das contas públicas, lembrou, subiram de fevereiro a março, mas se acomodaram a partir de maio.