Por Camila Moreira
SÃO PAULO, 1º (Reuters) - A atividade da indústria brasileira apresentou crescimento pelo terceiro mês seguido em outubro e chegou ao nível mais alto em cinco meses, iniciando o quarto trimestre com contratações pela primeira vez em quase três anos, segundo a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgada nesta quarta-feira.
Os dados divulgados pelo IHS Markit mostram que o PMI do setor chegou a 51,2 em outubro, sobre 50,9 em setembro, na terceira melhora seguida das condições operacionais.
O avanço no mês passado teve como base o crescimento contínuo dos novos trabalhos, pelo oitavo mês seguido, o que levou as empresas a elevarem o volume de produção. Entre os três grupos monitorados, somente o de bens de consumo mostrou contração no mês.
Com novos projetos em fase de preparação, os empresários do setor aumentaram o nível de empregos pela primeira vez desde fevereiro de 2015, o que segundo o IHS Markit "representou uma mudança de direção importante em relação às contrações acentuadas observadas no início do ano".
O número de funcionários aumentou, de acordo com o PMI, tanto no subsetor de bens de consumo quanto no de bens intermediários.
Entretanto, a indústria registrou a primeira queda no volume de novos negócios provenientes do exterior desde abril, com algumas empresas citando vendas mais fracas para os Estados Unidos e menor demanda global.
A pesquisa mostrou ainda que houve relatos de preços mais altos de energia, plásticos, papelão, metais e combustiveis, levando a novo aumento da taxa de inflação de insumos. Diante disso, a elevação dos preços de fábrica chegou a um pico de sete meses.
Mas mesmo com as indicações de melhora, o nível de otimismo diminuiu em outubro e foi ao menor patamar em 19 meses, uma vez que as preocupações com a demanda básica prevaleceram sobre as projeções de vendas mais elevadas para exportações e condições econômicas melhores.