Por Hernan Nessi e Jorge Iorio
BUENOS AIRES (Reuters) - O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) da Argentina avançou 3,9% no primeiro mês de 2022, a leitura mensal mais alta desde abril do ano passado ainda que um pouco abaixo das previsões feitas por analistas, conforme o governo tenta conter a inflação teimosamente alta.
O país sul-americano enfrenta uma inflação anual de 50,7% e alguns analistas preveem que a taxa subirá mais este ano, apesar das promessas do governo de controlar os preços.
Uma pesquisa da Reuters com 12 analistas locais previa um aumento de 4,0% no mês, com projeções que variavam de uma elevação mínima de 3,4% a uma máxima de 4,5%, impulsionada pelos custos de alimentos e bebidas.
A Argentina e o Fundo Monetário Internacional (FMI) estão acertando os detalhes de um acordo para renovar mais de 40 bilhões de dólares em dívidas, que terá como alvo a inflação, mas que provavelmente também forçará o país a reduzir os subsídios à energia que mantêm os preços baixos.
"Nossa estimativa de inflação para 2022 permanece em 58%", disse Alejandro Giacoia, economista da consultoria Econviews, acrescentando que será difícil desacelerar o impulso dos preços do ano passado.
"Os reajustes das tarifas de serviços públicos e a correção cambial esperados no programa com o FMI são os principais fatores que vão pressionar os preços."
Horacio Larghi, economista e diretor da consultoria Invenómica, afirmou que "altas muito importantes" em alimentos e bebidas impulsionaram os preços em janeiro.
“Existem outros fatores sazonais que também atuam negativamente, em todas as áreas associadas ao turismo”, acrescentou, em referência à temporada de férias de verão.