BRUXELAS/FRANKFURT (Reuters) - A inflação da zona do euro cresceu mais que o esperado em maio devido à elevação dos gastos com energia, causando alívio ao Banco Central Europeu (BCE) após uma turbulência nos mercados que ameaçou o encerramento planejado de um programa de estímulos generoso.
A inflação dos 19 países que adotam o euro subiu de 1,2 por cento em abril para 1,9 por cento em maio, informou a agência de estatísticas da União Europeia, a Eurostat, nesta quinta-feira. O número ficou bem acima das expectativas de um aumento para 1,6 por cento, já que o crescimento dos preços do petróleo chegou rapidamente aos consumidores.
Excluindo os preços da energia volátil e dos alimentos não processados, a inflação foi de 1,1 por cento em abril e 1,3 por cento em maio. Outra medição essencial da inflação, que também exclui álcool e tabaco, registrou 0,7 por cento em abril e 1,1 por cento em maio.
O BCE está encarregado de manter a inflação abaixo, mas próxima, dos 2 por cento, uma tarefa que vem se mostrando desafiadora, já que a pressão dos preços vêm se mantendo teimosamente contida apesar do maior crescimento econômico em uma década.
O BCE passou meses preparando os investidores para o fim de seu esquema de compra de títulos de 3 trilhões de dólares.
Mas as crises políticas na Itália e possivelmente na Espanha criam o risco de reativar a turbulência nos mercados na periferia do bloco e impossibilitar a estratégia de desativação do programa de estímulos do banco.
Em um informe separado, a Eurostat disse que o desemprego da zona do euro diminuiu de uma marca revisada para cima de 8,6 por cento em março para 8,5 por cento em abril. Uma sondagem da Reuters com economistas havia previsto em média um recuo para 8,4 por cento.
(Robert-Jan Bartunek and Balazs Koranyi)