WASHINGTON (Reuters) - Os preços ao consumidor nos Estados Unidos subiram em abril, mas o núcleo da inflação permaneceu no mesmo patamar, sustando a projeção do Federal Reserve de que não haverá mais aumentos na taxa de juros neste ano.
A inflação persistentemente benigna informada pelo Departamento do Trabalho nesta sexta-feira pode, no entanto, aumentar a pressão da Casa Branca sobre o banco central dos EUA para cortar os juros. O presidente Donald Trump criticou repetidamente o Fed por apertar a política monetária, argumentando que a inflação estava baixa.
O Departamento de Trabalho informou nesta sexta-feira que seu Índice de Preços ao Consumidor aumentou 0,3% no mês passado, devido ao aumento de gasolina, aluguéis e custos com saúde. O índice havia avançado 0,4% em março.
Nos 12 meses até abril, o índice aumentou 2,0%, após avançar 1,9% em março. Economistas consultados pela Reuters previam que os preços ao consumidor aumentariam 0,4 por cento em abril e subiriam 2,1 por cento na base anual.
Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, os preços ao consumidor subiram 0,1%, com os preços de vestuário caindo pelo segundo mês consecutivo. O chamado núcleo do índice de preços ao consumidor aumentou na mesma margem por três meses consecutivos.
Nos 12 meses até abril, o núcleo do índice subiu 2,1%, depois de ganhar 2,0% em março.
Trump já afirmou que a economia poderia "decolar como um foguete se fizéssemos uma redução nos juros, como um ponto". Nesta sexta-feira, Trump publicou no Twitter: "Grande Índice de Preços ao Consumidor acabou de ser divulgado. Inflação muito boa, muito baixa! Temos uma grande chance de 'realmente arrasar!' Temos bons números."
O Fed manteve na semana passada a taxa de juros e sinalizou pouco desejo de ajustar a política monetária tão cedo. O chairman do Fed, Jerome Powell, disse acreditar que as fracas leituras de inflação "podem acabar sendo transitórias".
(Por Lucia Mutikani)