BRUXELAS (Reuters) - O aumento de aluguéis e nos preços de conserto de carros impulsionou a inflação na zona do euro em agosto ligeiramente acima da primeira expectativa, uma boa notícia para o Banco Central Europeu (BCE,) mas não o suficiente para mudar radicalmente o cenário econômico.
A inflação ao consumidor nos 18 países que compartilham o euro atingiu 0,1 por cento na comparação mensal em agosto e 0,4 por cento na base anual, informou nesta quarta-feira a agência de estatísticas da União Europeia, Eurostat. Com isso, revisou para cima sua estimativa inicial, de 29 de agosto, de alta anual de 0,3 por cento.
Com isso, a taxa de inflação repete o número visto em julho.
"Toda surpresa positiva é bem-vinda em termos de psicologia do mercado e para o Banco Central Europeu", disse o economista do Crédit Agricole Frederik Ducrozet.
"Mas está longe do tipo de mudança necessária para descartar o QE", completou ele, referindo-se ao "quantitative easing", programa de compra de títulos que os Estados Unidos e a Grã-Bretanha têm usado para impulsionar suas economias.
A Eurostat informou que a alta dos aluguéis, preços mais altos em cafés e restaurantes e consertos de carros mais caros foram os responsáveis pela alta da inflação anual. Combustíveis, frutas e telefonemas mais baratos pressionaram para baixo.
O BCE tem como meta uma taxa de inflação abaixo, mas perto de 2 por cento no médio prazo, nível que não é visto desde o primeiro trimestre de 2013. Também considera qualquer coisa abaixo de 1 por cento "zona de perigo".
(Reportagem de Jan Strupczewski e Robin Emmott)