Miami lidera lista de risco de bolha imobiliária enquanto mercado mostra rachaduras
Investing.com – O núcleo da inflação nos Estados Unidos em agosto manteve o mesmo ritmo do mês anterior, em linha com as expectativas, reforçando o quadro de pressões persistentes de preços que o Federal Reserve aponta como fator central para a condução da política de juros no restante do ano.
O chamado núcleo do índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE), que exclui itens voláteis como alimentos e energia, avançou 2,9% nos 12 meses até agosto, repetindo a taxa de julho e em conformidade com as projeções dos economistas, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo Bureau of Economic Analysis do Departamento de Comércio.
Na comparação mensal, a alta foi de 0,2%, também igualando tanto o resultado de julho quanto as estimativas de Wall Street.
Na leitura cheia, o PCE avançou 2,7% em base anual e 0,3% frente a julho. Os números mostraram leve aceleração em relação ao mês anterior e vieram em linha com as previsões.
O Fed, que acompanha o PCE como referência para sua meta de inflação anual de 2% no longo prazo, destacou recentemente a necessidade de equilibrar ganhos de preços ainda resistentes com os sinais de arrefecimento no mercado de trabalho ao definir suas próximas decisões de juros.
No início deste mês, o banco central reduziu a taxa de referência em 25 pontos-base e sinalizou a possibilidade de novos cortes em suas duas últimas reuniões de 2025, em outubro e dezembro. O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou nesta semana que não existe uma opção “sem risco” para os formuladores de política monetária.
Cortes de juros podem, em teoria, estimular investimento e contratações, embora tragam o risco de reacender a inflação.
“Há espaço para cortes? Parece aberto à interpretação. Inflação estabilizando perto de 3% ainda está bem acima da meta, mas alguns dirão que já é próximo o suficiente”, escreveu Kathy Jones, estrategista-chefe de renda fixa da Charles Schwab, em publicação no X.
Enquanto isso, dados do Departamento de Comércio também mostraram que o consumo das famílias nos EUA — responsável por parcela relevante da atividade econômica — cresceu 0,6% em agosto, ante 0,5% em julho. Os números, divulgados após a revisão para cima do PIB do segundo trimestre e a queda nos pedidos semanais de auxílio-desemprego na quinta-feira, reforçam os sinais de resiliência da maior economia do mundo.