Por Maria Martinez
BERLIM (Reuters) - Os principais institutos econômicos da Alemanha rebaixaram sua previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2024 e agora veem a maior economia da Europa encolhendo 0,1%, disseram eles em suas previsões conjuntas de outono (no Hemisfério Norte).
A previsão confirma os números que a Reuters informou com exclusividade no início desta semana. A economia da Alemanha foi a mais fraca entre seus pares da zona do euro no ano passado, com uma contração de 0,3%.
"Além da desaceleração, a economia alemã também está sendo prejudicada por mudanças estruturais", disse Geraldine Dany-Knedlik, chefe de previsão e política econômica da DIW Berlin.
"A descarbonização, a digitalização e as mudanças demográficas -- junto da concorrência mais forte com empresas da China -- têm desencadeado processos de ajuste estrutural que estão prejudicando as perspectivas de crescimento de longo prazo", acrescentou.
Não se espera que o crescimento econômico retorne à sua tendência pré-pandemia em um futuro próximo.
O pacote de crescimento econômico do governo ficará aquém do aumento da produção de 0,5% que ele diz poder oferecer no próximo ano, disseram os economistas. O impacto virá mais tarde e o impulso será mais suave do que o esperado pelo governo, afirmou Dany-Knedlik.
Embora a economia alemã deva se contrair este ano, os institutos preveem que a zona do euro como um todo crescerá 1,4%, acelerando para 1,6% em 2025 e 1,7% em 2026.
A inflação na Alemanha desacelerará para 2,2% este ano, de 5,9% em 2023, de acordo com as previsões. Em seguida, os preços oscilarão em torno da marca de 2% almejada pelo Banco Central Europeu nos próximos dois anos, segundo os institutos.
Os institutos econômicos agora estimam uma expansão de 0,8% na Alemanha em 2025, abaixo da previsão anterior de 1,4%, com aceleração em 2026 para 1,3%.
O Ministério da Economia da Alemanha incorpora as estimativas combinadas dos institutos -- Ifo, DIW, IWH, IfW e RWI -- em suas próprias previsões.
A última previsão do governo alemão projeta um crescimento econômico de 0,3% para este ano. Uma atualização está prevista para outubro.