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IPCA tem deflação de 0,68% em julho por medidas do governo, menor taxa desde 1980

Publicado 09.08.2022, 09:13
Atualizado 09.08.2022, 10:51
© Reuters. Posto de combustível no Brasil. REUTERS/Adriano Machado
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Por Camila Moreira e Rodrigo Viga Gaier

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) -O Brasil voltou a registrar deflação em julho pela primeira vez desde meados de 2020, com a menor taxa desde o início da série histórica em janeiro de 1980, devido às quedas nos preços de combustíveis e energia elétrica graças a medidas do governo para reduzir preços.

Em um sinal de que a inflação já atingiu seu pico, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve queda de 0,68% em julho, depois de subir 0,67% no mês anterior.

Essa foi a primeira deflação mensal desde maio de 2020 (-0,38%), de acordo com os dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado levou o índice acumulado em 12 meses a uma taxa de 10,07%, bem abaixo dos 11,89% do mês anterior, mas ainda assim superando com folga o teto da meta oficial para a inflação este ano --3,5%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, alvo já abandonado pelo Banco Central.

As expectativas em pesquisa da Reuters eram de recuo de 0,65% na comparação mensal e alta de 10,10% em 12 meses.

Mesmo com a indicação de que o pior já passou para a inflação, o BC elevou na semana passada a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, a 13,75%.

A queda do IPCA em julho teve forte influência da lei que estabelece um teto para as alíquotas de ICMS sobre os setores de combustíveis, gás, energia, comunicações e transporte coletivo. O maior impacto dela, no entanto, deve ficar restrito a julho.

Isso garantiu que os grupos Transportes e Habitação registrassem respectivamente recuos de 4,51% e 1,05% nos preços, os únicos com variação negativa no índice do mês. Em julho, os preços da gasolina caíram 15,48% e os do etanol tiveram queda de 11,38%. Já as contas de energia elétrica recuaram 5,78%.

"Energia, para além do ICMS, teve redução de PIS e Cofins e redução tarifária. E, no caso dos combustíveis, ainda tem o efeito da queda nos preços promovida pela Petrobras”, disse o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov. “(Mas) a partir de agosto esse efeito deve ser residual. A queda do ICMS deve ficar mesmo concentrada nesse resultado de julho."

Felipe Sichel, sócio e economista-chefe do Banco Modal (BVMF:MODL11), disse em nota acreditar "que o cenário inflacionário permanecerá benigno para o mês de agosto dado o corte de preço de gasolina anunciado pela Petrobras (BVMF:PETR4) no final de julho". No entanto, "a dinâmica do mercado de trabalho e a nova rodada de estímulos fiscais representam riscos altistas no médio prazo".

LEITE

Por outro lado, a maior alta no mês veio do grupo Alimentação e Bebidas, com forte peso no bolso do consumidor, que avançou 1,30%, de 0,80% em junho. A alta da alimentação no domicílio acelerou de 0,63% em junho para 1,47% em julho, e o maior impacto positivo no índice mensal veio do leite longa vida, que subiu 25,46%, devido à entressafra e aos custos de produção elevados.

Já o índice de difusão, que mostra a disseminação da alta dos preços entre os produtos, vem apresentando queda, passando de 72% em maio para 67% em junho e 63% em julho, segundo o IBGE.

"A leitura reforça a visão de que o pior ficou para trás. Quanto à qualidade da inflação, temos visto os primeiros sinais de uma melhora nas medidas gerais (núcleos e difusão), mas a inflação de serviços ainda é fonte de preocupação no médio prazo, especialmente com o mercado de trabalho aquecendo", avaliou Daniel Karp, economista do Santander Brasil (BVMF:SANB11).

Em julho, a inflação de serviços desacelerou a 0,80%, de 0,90% no mês anterior, mas ainda acumula em 12 meses alta de 8,87%, segundo os dados do IBGE.

Embora o BC tenha dito que avaliará a necessidade de ajuste residual nos juros em sua reunião de setembro, boa parte dos mercados parece acreditar que este ciclo de aperto monetário já chegou ao fim.

© Reuters. Posto de combustível no Brasil. REUTERS/Adriano Machado

As expectativas do mercado para a inflação este ano vêm diminuindo graças ao alívio nos preços administrados. Mas, para 2023, as contas estão subindo, uma vez que as medidas de alívio não devem ter impactos duradouros.

A ata do encontro da semana passada do BC, divulgada nesta manhã, alerta ainda que o prolongamento de políticas temporárias de apoio à renda pode elevar prêmios de risco do país e as expectativas de inflação.

(Edição de Luana Maria Benedito e Roberto Samora)

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