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IPCA perde força em março e fica abaixo de 4% em 12 meses pela pela primeira desde julho

Publicado 10.04.2024, 09:05
Atualizado 10.04.2024, 10:31
© Reuters. Supermercado no Rio de Janeiro
28/07/2018.  REUTERS/Sergio Moraes

Por Camila Moreira e Rodrigo Viga Gaier

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A inflação no Brasil desacelerou com força em março e atingiu o nível mais fraco em oito meses, com a taxa em 12 meses indo abaixo de 4% pela primeira vez desde julho do ano passado.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,16% em março, depois de uma alta de 0,83% em fevereiro, ficando abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,25% no mês e marcando o resultado mensal mais fraco desde julho de 2023.

Os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram ainda que o IPCA passou a acumular alta de 3,93% nos 12 meses até março, de 4,50% em fevereiro e expectativa de 4,01%.

Essa é a primeira vez que o índice acumulado vai abaixo de 4% também desde julho do ano passado, o que pode dar algum alívio ao Banco Central em meio a seu ciclo de afrouxamento monetário.

O centro da meta para a inflação, medida pelo IPCA, este ano é de 3,0%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

"Os dados de inflação mais fracos que acabamos de analisar certamente terão impacto significativo sobre a curva (de juros) nos próximos dias. A perspectiva de dois cortes consecutivos de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões do Banco Central ganha ainda mais respaldo diante desse cenário", disse Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.

ALIMENTOS

A desaceleração no dado mensal do IPCA deveu-se principalmente à dissipação do impacto sazonal dos custos de Educação, cuja alta desacelerou a 0,14% em março, de 4,98% em fevereiro.

Alimentação e Bebidas ainda foi o grupo que registrou o maior impacto e a maior variação em março, de 0,53%, embora a alta também tenha enfraquecido ante a taxa de 0,95% do mês anterior.

“Problemas relacionados às questões climáticas fizeram os preços dos alimentos, em geral, aumentarem nos últimos meses. Em março, os preços seguem subindo, mas com menos intensidade”, disse o gerente da pesquisa no IBGE, André Almeida.

“Com a melhora do clima e menos seca e chuva, passado o verão, os alimentos historicamente sobem menos. (Mas) tem que ver como o El Niño e a safra vão influenciar o resultado dos alimentos", completou.

A alta da alimentação no domicílio desacelerou de 1,12% em fevereiro para 0,59% em março, com destaque para os aumentos de preços da cebola (14,34%), do tomate (9,85%), do ovo de galinha (4,59%), das frutas (3,75%) e do leite longa vida (2,63%).

Já o grupo Transportes passou a registrar queda de 0,33% em março, após avanço de 0,72% em fevereiro, em meio ao recuo de 9,14% das passagens aéreas e da desaceleração da alta dos preços da gasolina a 0,21%.

O aumento dos custos de Habitação enfraqueceu a 0,19% em março, embora a energia elétrica tenha ficado 0,12% mais alta devido a reajustes no Rio de Janeiro.

Por sua vez, a inflação de serviços também mostrou o alívio ao subir 0,10% em março, de 1,06% no mês anterior, acumulando em 12 meses alta de 5,09%.

No entanto, Helena Veronese, economista-chefe da B. Side, ressaltou que os serviços subjacentes, que excluem itens mais voláteis, passaram a subir 0,45% em março, de 0,44% antes.

"O ponto de preocupação continua sendo serviços subjacentes, que ao se manter praticamente estável, com uma leve alta, continua em um patamar não compatível com as metas de inflação – e deverá continuar justificando a cautela do BC", disse ela.

O Banco Central vem alertando sobre o cenário da inflação, apontando maior preocupação com uma possível pressão de salários sobre os preços e citando maior incerteza sobre a dinâmica de queda da inflação doméstica.

© Reuters. Supermercado no Rio de Janeiro
28/07/2018.  REUTERS/Sergio Moraes

Em seu Relatório de Inflação no final de março, o BC disse que a inflação cheia e a média dos núcleos de inflação aumentaram para patamares que superam a meta.

O BC decidiu no mês passado fazer nova redução de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, a 10,75% ao ano, mas encurtou sua indicação sobre cortes futuros ao citar uma ampliação de incertezas, afirmando que sua diretoria antevê corte na mesma intensidade apenas na próxima reunião, em maio.

Pesquisa Focus mais recente divulgada pelo Banco Central mostra que a expectativa do mercado é de que o IPCA encerre este ano com alta acumulada de 3,76%.

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