Investing.com – A produção industrial nacional registrou alta de 4,1% em junho, na comparação com o mês anterior, na série com ajuste sazonal, destacou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 02 de agosto. O indicador veio muito acima do esperado, com o consenso indicando variação positiva de 2,4%.
Dessa forma, a performance positiva de junho interrompe dois meses seguidos de quedas, quando acumulou perda de 1,8%. No mês de maio, o recuo havia sido de 0,9%.
“A indústria foi o setor mais afetado pelas enchentes e, em junho, mostrou um repique maior do que se esperava”, apontou Maykon Douglas, economista da Highpar, que entende que o impacto das chuvas no Rio Grande do Sul parece ser menor do que o mercado projetava.
Leonardo Costa, economista do ASA, concorda que a recuperação do RS após as enchentes de maio ajuda a explicar a leitura robusta, pois a indústria foi segmento mais afetado pela calamidade. “Além disso, a indústria extrativa teve crescimento mais forte em junho, colaborando com o resultado positivo do mês”.
Na comparação anual, a produção industrial subiu 3,2%, após recuo de 1,1% em maio, na mesma comparação. No acumulado do primeiro semestre, o índice registra um ganho de 2,6% e, em doze meses, somente de 1,5%.
Com os dados, a produção industrial está 2,8% acima do patamar de fevereiro de 2020, período pré-pandemia de covid-19, mas 14,3% inferior ao recorde atingido em maio de 2011.
Entre os principais impactos positivos mês a mês, estiveram produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, além de produtos químicos.
Coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis registraram alta de 4,0% na produção, enquanto produtos químicos apresentaram ganhos de 6,5%, e produtos alimentícios um acréscimo de 2,7%. As indústrias extrativas, por sua vez, tiveram um incremento de 2,5%.