Dólar sobe puxado por exterior com mercado à espera de novidades sobre tarifaço

Publicado 25.07.2025, 17:14
Atualizado 25.07.2025, 17:35
© Reuters. Notas de dólarn16/05/2016. REUTERS/Kham

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou a sexta-feira em alta ante o real acompanhando o avanço quase generalizado da moeda norte-americana no exterior, enquanto no Brasil os agentes seguiram à espera de novidades sobre o tarifaço dos EUA.

A moeda norte-americana à vista fechou o dia com alta de 0,74%, aos R$5,5622. Na semana, porém, a divisa acumulou baixa de 0,45%, voltando a registrar uma queda semanal após duas semanas de altas em função do anúncio, em 9 de julho, da tarifa de 50% dos EUA sobre os produtos brasileiros.

No ano, o dólar acumula baixa de 9,98%.

Às 17h09 na B3 (BVMF:B3SA3) o dólar para agosto -- atualmente o mais líquido no Brasil – subia 0,67%, aos R$5,5670.

A moeda dos EUA oscilou em alta durante praticamente todo o dia, puxada pelo avanço da divisa também no exterior. A proximidade do início da cobrança, pelos Estados Unidos, de uma série de tarifas sobre produtos de boa parte de seus parceiros comerciais, em 1º de agosto, seguiu permeando os negócios.

Nesta sexta-feira, as notícias eram de que os EUA podem chegar a um acordo tarifário com a no fim de semana, mas estariam distantes de um entendimento com o Canadá.

Internamente, a sensação entre os agentes era de que o Brasil ainda não saiu do lugar em sua tentativa de negociar com os EUA, a uma semana no início da tarifa de 50%. Durante um evento em Osasco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva repetiu que o Brasil quer negociar.

No início da tarde, reportagem da agência Bloomberg informando que o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, está preparando a base legal para a cobrança de tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros fez o dólar atingir o pico do dia.

Após a cotação mínima de R$5,5199 (-0,02%) às 9h09, logo após a abertura, o dólar à vista marcou a máxima de R$5,5744 (+0,97%), sob efeito da reportagem a respeito da preparação dos EUA. Depois disso, a moeda encerrou em nível um pouco mais baixo.

Desde o anúncio de Trump, o dólar acumulou alta de 2,12% no Brasil, ou 12 centavos de real, mas alguns profissionais acreditam que haverá espaço para mais ajustes de alta, caso a tarifa contra o Brasil seja de fato cobrada a partir de 1º de agosto.

“O mercado já vem colocando no preço do dólar (a tarifa dos EUA), a gente vê isso nas últimas semanas, mas é um preço com alguma cautela ainda, não tem uma precificação completa”, comentou Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.

Pela manhã, os dados divulgados pelo Banco Central mostraram um retrato desfavorável para o setor externo no mês de junho -- antes mesmo do tarifaço contra o Brasil. O país teve déficit em transações correntes de US$5,131 bilhões em junho, acima da expectativa em pesquisa da Reuters, de déficit de US$4,363 bilhões. Para completar, os investimentos diretos no país não compensaram este déficit mensal, ao atingirem apenas US$2,810 bilhões em junho, abaixo dos US$4,5 bilhões projetados.

No exterior, às 17h21, o rendimento do Treasury de dez anos -- referência global para decisões de investimento -- caía 2 pontos-base, a 4,386%.

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