Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - A inflação oficial brasileira surpreendeu e acelerou a 0,74 por cento em maio na comparação mensal, pressionada pelos custos de energia elétrica e alimentação, e em 12 meses continua no nível mais alto em mais de 11 anos mesmo após a sequência de altas dos juros feita pelo Banco Central.
No mês passado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mostrou mais força do que se esperava após alívio em abril, quando subiu 0,71 por cento, ficando bem acima da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,59 por cento em maio.
Com isso, em 12 meses, o índice subiu 8,47 por cento, ante 8,17 por cento até abril, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. É a maior taxa acumulada desde dezembro de 2003, quando o IPCA chegou a 9,30 por cento, e acima da expectativa de 8,32 por cento.
Com isso, a inflação permanece bem acima do teto da meta do governo, de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos. Na semana passada, o BC elevou a Selic em 0,50 ponto percentual, para 13,75 por cento ao ano, levando-a ao mesmo patamar de dezembro de 2008.
O IBGE apontou que o principal responsável individual pelo resultado de maio do IPCA foi o preço da energia elétrica, após série de aumentos de impostos e tarifas do setor no início do ano. Com alta de 2,77 por cento no mês, o item respondeu por 0,11 ponto percentual do índice de maio.
Com isso o grupo Habitação registrou alta de 1,22 por cento em maio, contra 0,93 por cento no mês anterior.
O IBGE informou ainda que o grupo com maior impacto e maior alta no mês passado foi Alimentação e Bebidas, com 0,34 ponto percentual, ao subir 1,37 por cento, contra 0,97 por cento em abril.
(Reportagem adicional de Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)