Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - A prévia da inflação oficial do Brasil acelerou um pouco menos do que o esperado e foi ao nível mais baixo para abril em 12 anos, permanecendo bem abaixo do piso da meta oficial e sustentando o espaço para novo corte dos juros básicos pelo Banco Central.
Em abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,21 por cento, contra avanço de 0,10 por cento em março, informou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado ficou ligeiramente abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,25 por cento e é o mais fraco para abril desde 2006 (0,17 por cento).
Com isso o IPCA-15 em 12 meses permaneceu em 2,80 por cento, abaixo do piso da meta de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
A expectativa em 12 meses na pesquisa da Reuters era de que o IPCA-15 subisse 2,84 por cento.
Em abril os preços de Saúde e Cuidados Pessoais foram os que mais subiram, 0,69 por cento, exercendo o principal peso sobre o índice. Isso porque os preços dos planos de saúde registraram alta de 1,06 por cento e dos remédios, 0,63 por cento em abril, refletindo parte do reajuste anual que entrou em vigor no final de março.
O IBGE informou ainda que os preços de Alimentação e Bebidas, com importante influência sobre o orçamento das famílias, subiram 0,15 por cento neste mês, depois de recuo de 0,07 por cento em março. As frutas foram as principais responsáveis pelo movimento, cujos preços subiram 6,07 por cento.
A alta de 0,26 por cento em Habitação também se destacou, após 0,13 por cento em março, sob o peso do avanço de 1,45 por cento nas contas de energia elétrica.
Na outra ponta, os preços em Comunicação recuaram 0,15 por cento em abril, puxados pela deflação de 0,45 por cento no item telefone fixo devido à redução nas tarifas das ligações locais e interurbanas de fixo para móvel.
A persistência da inflação fraca levou o BC a embarcar num ciclo de afrouxamento monetário que levou a taxa básica de juros à mínima de 6,5 por cento, indicando novo corte em maio.
Na pesquisa Focus que o BC realiza semanalmente com economistas, a expectativa é de que a inflação medida pelo IPCA termine este ano em 3,48 por cento, acelerando a 4,07 por cento em 2019.