Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou para cima a projeção para a inflação neste ano medida pelo IPCA para 5,6%, de uma taxa de 4,9% prevista antes.
Se confirmado, esse resultado fica bem acima do teto da meta para 2022, cujo centro é de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
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Segundo o Ipea, a revisão teve como base pressões maiores de alimentos no domicílio e dos bens livres, cujas previsões de alta dos preços passaram respectivamente a 6,1% e 5,0%, de 4,5% e 3,7% anteriormente.
A inflação estimada para os preços monitorados também aumentou, passando de 5,4% para 6,0%, com destaque para serviços livres e educação.
"O crescimento econômico moderado e a recuperação gradual do mercado de trabalho impedem uma retomada mais forte da demanda interna”, disse o Ipea.
O Ipea destacou ainda que, a apesar da perspectiva de desaceleração do IPCA em 2022, depois de o índice alcançar 10,06% em 2021, nível mais elevado em seis anos e estourando com força o teto da meta, ainda há outros riscos no horizonte
"Não estão descartados riscos inflacionários adicionais, que podem limitar ainda mais a desinflação no ano. Pelo lado da economia mundial, o agravamento das tensões entre Rússia e Ucrânia pode gerar uma alta mais acentuada das commodities, especialmente do petróleo e do gás", destacou o instituto.
"Internamente, as incertezas em relação à política fiscal, que podem se intensificar devido às discussões inerentes ao processo eleitoral”, completou.