SÃO PAULO (Reuters) - A Itaú (SA:ITUB4) Asset dobrou a projeção de crescimento para a economia brasileira neste ano e elevou ainda as estimativas para inflação e taxa de juros ao fim de 2022, com o aperto monetário mais firme devendo impactar a atividade no segundo semestre.
O PIB deve aumentar 1,6% em 2022, ante 0,8% do prognóstico anterior, segundo os economistas da gestora de recursos em relatório com data desta segunda-feira. O número para 2023, contudo, foi reduzido de alta de 0,2% para contração de 0,5%.
"O ano corrente segue apresentando crescimento além do esperado para o primeiro semestre, porém, devemos observar desaceleração da atividade em seguida, com impactos da restrição monetária e lenta convergência da inflação para a meta", disse a instituição.
O cálculo do Itaú Asset para o IPCA de 2022 foi de 8,1% para 9,0%, enquanto o de 2023 agora é visto em 5,3%, acima da taxa de 4,6% do cenário anterior.
"Para frente, devemos observar um início de abrandamento da inflação em decorrência da contração monetária. Porém, a ainda forte demanda interna, volatilidade cambial e dinâmica dos preços para alimentos imprimem incertezas sobre a velocidade da desaceleração no avanço dos preços", afirmaram os economistas.
Como consequência dos pontos acima, a Itaú Asset aumentou a estimativa para a Selic ao fim de 2022 de 13,25% para 13,75%. Para o fim de 2023, a taxa foi mantida em 9,25%. O juro básico está em 12,75% ao ano, e a próxima reunião do Copom está marcada para os dias 14 e 15 de junho.
(Por José de Castro)