Por José de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O Itaú Unibanco (SA:ITUB4) voltou a fazer uma série de revisões para pior em relação a crescimento, inflação e taxa de câmbio, vendo Selic mais alta até o fim do ano e julgando como "não desprezível" a probabilidade de aumento de gastos sociais por causa da pandemia.
O banco cortou a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano para 3,8%, ante 4%. A projeção para 2022 sofreu redução ainda mais expressiva: de 2,5% para 1,8%.
"A despeito do aumento do isolamento social, o impacto é menor em 2021 do que em 2022, em consequência do crescimento global robusto e do impulso vindo da vacinação este ano", disse a equipe de pesquisa econômica do Itaú, chefiada pelo ex-diretor do Banco Central Mario Mesquita.
A expectativa é de contração de 0,4% do PIB no segundo trimestre de 2021, após alta prevista de 0,5% entre janeiro e março.
O Itaú elevou a estimativa para o dólar, vendo a moeda em 5,30 reais ao fim de 2021 e em 5,50 reais ao término de 2022. Antes, o banco esperava cotação de 5,00 reais para os dois períodos.
"A taxa de câmbio sofre pressão do aumento dos juros globais e incertezas domésticas (pandemia, dinâmica fiscal e reformas). O aumento da taxa Selic compensa apenas parcialmente o aumento dos riscos", explicou a instituição.
Para o Itaú, a inflação em 2021 e 2022 será mais alta. O prognóstico é que o IPCA suba 4,7% em 2021 (ante 3,8% da projeção anterior), incorporando preços mais altos de petróleo e câmbio mais depreciado. Em 2022, a inflação ao consumidor será de 3,6%, ante taxa de 3,3% esperada anteriormente.
Com preços acelerando e riscos ainda elevados, o Banco Central vai elevar a Selic até 5,50% ao fim do ano, ante projeção anterior de 5,00% e taxa atual de 2,00%.
Por acreditar que os juros ficarão estáveis em 2022, o Itaú também elevou o cálculo para a Selic no ano que vem de 5,00% para 5,50%.