MOSCOU (Reuters) - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta terça-feira que Moscou obteve informações de que os Estados Unidos estão planejando lançar novos ataques de mísseis na Síria, e que também há planos norte-americanos de forjar ataques químicos no país.
A declaração de Putin foi feita algumas horas antes da chegada do secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, a Moscou para encontro com o ministro de Relações Exteriores da Rússia, e dias depois de o presidente russo condenar o ataque de mísseis dos EUA contra uma base aérea síria como ilegal.
Ao lado do presidente italiano, Sergio Mattarella, que esteve em Moscou para reuniões, Putin, quando questionado por um repórter sobre se esperava mais ataques de mísseis dos Estados Unidos na Síria, respondeu:
"Nós temos informações de que uma provocação similar está sendo preparada... em outras partes da Síria, incluindo subúrbios ao sul de Damasco, onde eles estão planejando plantar algum tipo de substância e acusar as autoridades sírias de usar (armas químicas)."
O presidente russo não forneceu nenhuma prova para sustentar a afirmação.
A Rússia tem defendido o governo de Bashar al-Assad, um aliado constante, das acusações dos Estados Unidos de que o regime da Síria seria responsável pelo ataque de gás contra a província de Idlib, que deixou dezenas de mortos, dizendo que não há evidências para sustentar essa alegação.
Putin disse nesta terça-feira que a Rússia vai pedir, com urgência, que o órgão regulador global de armas químicas --a Organização para a Proibição de Armas Químicas-- investigue o acidente.
Falando depois de Tillerson ter dito que espera que a Rússia perceba que está errada em se aliar ao governo sírio, Putin disse que Moscou vai tolerar as críticas do Ocidente, mas que espera que as atitudes diminuam.
O porta-voz de Putin disse que não há planos para que Putin se encontre com Tillerson na quarta-feira, mas a mídia local citou fontes anônimas que confirmam que a reunião vai acontecer.
(Reportagem de Denis Dyomkin)