Por Julia Edwards e David Alexander
WASHINGTON (Reuters) - O diretor do FBI, James Comey, disse a parlamentares norte-americanos nesta quinta-feira que funcionários do FBI que lidassem com material confidencial da mesma forma como fez Hillary Clinton enquanto era secretária de Estado poderiam ser demitidos ou perder privilégios de acesso a informações sensíveis.
Comey tratou da questão em audiência de um comitê da Câmara dos Deputados dos EUA após o presidente da Casa, Paul Ryan, ter dito em uma carta ao diretor de Inteligência Nacional, James Clapper, que Hillary deveria ter acesso negado a informações confidenciais durante sua campanha à presidência.
Comey, que na terça-feira disse que não recomendaria que Hillary fosse acusada criminalmente, foi questionado durante a audiência se Hillary deveria ou não sofrer punição administrativa pela forma com que lidou com seus e-mails. Ele respondeu: “Não creio que caiba a mim recomendar isso.”
Ele disse que seus funcionários no FBI, a polícia federal norte-americana, sofreriam medidas disciplinares caso tivessem o mesmo comportamento.
“Eles podem ser demitidos, podem perder privilégios de acesso, pode haver suspensão de 30 dias”, disse Comey. “Teria de haver alguma disciplina.”
Candidatos presidenciais normalmente têm acesso a informações confidenciais ao serem formalmente nomeados e, como diretor do FBI, Comey não possui autoridade para revogar os privilégios de segurança de Hillary.
Um porta-voz da candidata disse que os esforços dos republicanos de negar a ela acesso a informações era “outro truque claramente político.”
Comey, sob persistente questionamento em audiência do Comitê de Vigilância da Câmara, disse que Hillary não violou a lei.
“A questão para a qual eu olho é: há provas constatando, sem margem para dúvida, que alguém se engajou em conduta que violou o estatuto criminal. Meu julgamento é que não há”, disse Comey.
A questão do uso de servidores privados de e-mail por Hillary manchou sua campanha para as eleições presidenciais de 8 de novembro, levantando questões entre eleitores sobre seu julgamento e dando a seu rival republicano, Donald Trump, espaço para ataques.