Lucro da Minerva cai 33,3% e atinge R$ 94,1 milhões no 3º trimestre

Publicado 07.11.2024, 09:42
© Reuters Lucro da Minerva cai 33,3% e atinge R$ 94,1 milhões no 3º trimestre

A Minerva (BVMF:BEEF3) Foods registrou lucro líquido de R$ 94,1 milhões no terceiro trimestre de 2024, queda de 33,3% em relação aos R$ 141 milhões contabilizados em igual período de 2023, informou a companhia, na quarta-feira, 6, depois do fechamento do mercado financeiro. Também houve queda de 1,4% ante o lucro de R$ 95,4 milhões do segundo trimestre.

"A redução no lucro em relação ao terceiro trimestre do ano passado é atribuída ao aumento da dívida bruta, que ocorreu para financiar a aquisição das plantas da Marfrig (BVMF:MRFG3). Especificamente, houve um impacto financeiro em duas frentes: o pagamento de R$ 1,5 bilhão e a captação de R$ 6 bilhões por meio de um bond, que começou a acumular juros", disse, em entrevista, o CFO da Minerva, Edison Ticle.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 813 milhões no trimestre encerrado em setembro, 13,9% acima dos R$ 713,7 milhões apurados no terceiro trimestre do ano passado e 9,2% mais do que no trimestre anterior. A margem Ebitda ficou em 9,6%, ante 10,1% no terceiro trimestre de 2023 e 9,7% no segundo trimestre deste ano.

A receita líquida no período de julho a setembro somou R$ 8,501 bilhões, alta de 20,3% em comparação ao período correspondente de 2023 (R$ 7,068 bilhões) e 10,9% maior do que no segundo trimestre.

"Esse foi um trimestre muito positivo para nós, em que batemos o recorde de receita líquida em um único trimestre. Também alcançamos um recorde de Ebitda em um único trimestre", afirmou Ticle.

A receita bruta da companhia somou R$ 9,043 bilhões no terceiro trimestre, alta de 19,6% na comparação anual e de 10,8% ante o segundo trimestre de 2024. A receita bruta com o mercado externo atingiu R$ 5,453 bilhões, alta de 12% ante igual intervalo de 2023. Já no mercado interno atingiu R$ 3,590 bilhões, avanço anual de 33,4%.

A Minerva contabilizou 384,4 mil toneladas de carne vendidas no terceiro trimestre, 15,2% acima do igual período do ano passado e 6% mais do que no segundo trimestre. O abate total, de 1,096 milhão de animais, cresceu 16,9% na comparação anual e recuou 0,3% ante o segundo trimestre.

O índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) ficou em 2,6 vezes, inferior a um ano antes, quando era de 2,8 vezes. "É importante lembrar que, no resultado financeiro, estamos carregando toda a despesa referente à dívida que tomamos para pagar a Marfrig, sem ainda usufruir de nenhum benefício operacional, seja em fluxo de caixa ou Ebitda", acrescentou Ticle, em referência à aquisição de 13 plantas produtivas e um centro de distribuição da Marfrig.

Protecionismo dos EUA

A Minerva não trabalha com a perspectiva de que eventuais políticas protecionistas adotadas por Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, afetem o setor de carne bovina. Para o CFO da companhia, Edison Ticle, a oferta restrita de bovinos no país, com alta dos preços da proteína, afasta essa possibilidade.

"A situação dos preços elevados da carne nos EUA deve se manter até que o ciclo de produção vire novamente, o que é esperado apenas para 2028, reforçando a perspectiva de que os Estados Unidos continuarão demandando importações de carne bovina no médio prazo", afirmou Ticle.

A presença da Minerva em diferentes países da América do Sul também reduziria os riscos de a companhia ser afetada por fatores ideológicos que influenciem as relações comerciais dos Estados Unidos. "A diversificação da companhia nos permite operar com segurança nesse contexto", disse o CEO Fernando Queiroz. Ele lembrou que a Minerva tem forte presença na Argentina, país com um governo mais alinhado a Trump. A companhia tem seis unidades no país.

Os executivos também ressaltaram que as tensões entre EUA e China podem beneficiar fornecedores neutros da América Latina. Eles projetaram que o protecionismo norte-americano deve incidir mais sobre setores como automóveis e eletrônicos, particularmente os de origem chinesa, do que sobre a carne bovina.

"Se os EUA aplicarem retaliações nesses setores, isso poderia abrir oportunidades em mercados em que os norte-americanos enfrentariam restrições, o que indiretamente beneficiaria a competitividade da carne brasileira em outros destinos", conclui Ticle.

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