Investing.com – A dificuldade para estimar e explicar dados de crescimento econômico, que teriam subido mais do que o previsto no ano passado, continua, segundo Mansueto Almeida, que falou sobre o assunto na CEO Conference, promovida pelo banco BTG (BVMF:BPAC11). De acordo com o economista-chefe do banco, haveria o risco de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro chegue mais próximo de 2% neste ano, contra estimativas que rondam 1,5% atualmente, em sua visão.
“A gente acredita que aconteceu alguma coisa no Brasil que tornou a economia mais resiliente. A expectativa de crescimento neste ano, para a grande maioria dos colegas, está entre 1,5% e 2%. Mas acho que tem o risco de chegar mais próximo de 2% do que ficar em 1,5% ou abaixo disso”.
Segundo Almeida, desde a pandemia, são frequentes os erros em projeções relacionadas ao crescimento. No ano passado, quando já era esperada uma expansão fiscal e uma supersafra do agronegócio, os resultados vieram superiores.
“No início do ano passado, a gente colocava no modelo econométrico uma expansão fiscal de R$170 bilhões, que não era segredo, colocava uma supersafra de grãos, saía um crescimento de 0,9%. É fácil explicar o crescimento no ano passado? Duvido. Porque ninguém conseguiu explicar no primeiro semestre. Então tem um elemento de surpresa que a gente não está conseguindo captar nos modelos”.
Almeida não concorda com a visão de quem avalia um crescimento entre 1,5% e 1,7% neste ano como ruim. “1,5% de crescimento neste ano significa que, no segundo semestre do ano, a economia estaria com um ritmo de crescimento em torno de 2,5%. Em um cenário de queda nos juros, é um cenário de crescimento mais disseminado e recuperação do investimento”, aponta o economista.