ROTERDÃ (Reuters) - O Banco Central Europeu pode reduzir gradualmente os juros se a inflação continuar desacelerando, mas são necessários mais dados antes que uma redução em setembro possa ser decidida, disse o membro holandês do banco, Klaas Knot, nesta terça-feira.
Faltando apenas duas semanas para a próxima reunião de política monetária do BCE, um número cada vez maior de autoridades apoia outro corte de juros em setembro e muitos dizem que o verdadeiro debate é sobre a possibilidade de seguir esse movimento com outra redução em outubro.
No entanto, Knot adotou uma visão mais comedida e disse que a decisão ainda não foi fechada, mesmo que haja um argumento a favor de uma política gradualmente mais branda.
"Enquanto nossa trajetória de desinflação ainda convergir para um retorno à inflação de 2% no final de 2025 ou antes, então me sinto confortável em tirar gradualmente o pé do freio", disse Knot em uma conferência.
"Terei de esperar até ter todos os dados e informações necessários para a reunião para decidir minha posição sobre se setembro é apropriado", acrescentou Knot. "Terei que fazer isso novamente em outubro, dezembro e sempre que necessário."
No passado, Knot defendeu cortes em setembro e dezembro, ou quando o BCE divulgar novas projeções econômicas, se a inflação continuar recuando.
Os mercados já precificam totalmente um corte no próximo mês e pelo menos mais um movimento no final deste ano.
A inflação da zona do euro teve alta de 2,6% em julho, mas é vista caindo para 2,2% neste mês, e a maioria das autoridades, em declarações oficiais e não oficiais, argumenta que as tendências de crescimento dos preços estão, de modo geral, em linha com as projeções do próprio BCE.
(Por Stephanie Van Den Berg)