Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - O mercado elevou a perspectiva para a taxa básica de juros ao final deste ano, depois de o Banco Central ter deixado em aberto o rumo da Selic e em meio à pressão inflacionária, ao mesmo tempo em que voltou a aumentar a projeção para a alta dos preços.
A pesquisa Focus divulgada pelo BC nesta segunda-feira mostrou que os economistas consultados passaram a calcular a Selic agora a 12,25% no fim de 2022, contra taxa de 11,75% prevista na semana anterior. Para 2023 segue estimativa de Selic a 8,0%
O BC elevou a Selic em 1,5 ponto percentual pela terceira vez consecutiva no início do mês, a 10,75% ao ano, indicando uma redução no ritmo de ajuste na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em março.
Na semana passada, a ata do encontro mostrou preocupação da autoridade monetária com a adoção de políticas fiscais que buscam controlar a inflação no curto prazo, em documento interpretado por parte do mercado como duro, embora não tenha avançado em informações sobre o percentual de aperto monetário que será adotado na próxima reunião do colegiado.
O Focus apontou ainda que a expectativa para a alta do IPCA este ano aumentou em 0,06 ponto percentual, indo a 5,5%, enquanto, para o ano que vem, segue em 3,5%.
O centro da meta oficial para a inflação em 2022 é de 3,5% e para 2023 é de 3,25%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
A inflação ao consumidor no Brasil iniciou 2022 em desaceleração mas com a maior taxa para o mês de janeiro em seis anos, de 0,54%, indo a 10,38% no acumulado em 12 meses.
Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento seguiu em 0,3% para 2022, mas caiu a 1,5% em 2023, de 1,53% antes.