Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - A expectativa de economistas para a alta dos preços ao consumidor neste ano e no próximo voltou a subir, mostrou a pesquisa semanal Focus do Banco Central nesta segunda-feira, embora o prognóstico para a atividade econômica em 2022 tenha melhorado ligeiramente, mesmo diante do cenário inflacionário desafiador.
O IPCA deve avançar 7,89% neste ano e 4,10% em 2023, segundo as novas projeções, ante taxas de 7,65% e 4,00%, respectivamente, estimadas antes. A previsão para 2022 emendou sua 16ª alta seguida, enquanto a do ano que vem foi ajustada para cima pelo quarto relatório consecutivo.
Ambas as contas indicam que a inflação superará os centros dos objetivos oficiais --que são de 3,50% para este ano e 3,25% para o próximo, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Num contexto de deterioração sucessiva das expectativas de alta dos preços, o mercado manteve estimativa da semana anterior de que o Banco Central elevará a taxa Selic, atualmente em 11,75%, a 12,75% em sua reunião desta semana e a 13,25% até o final deste ano. Houve ajuste para cima na projeção para o patamar dos juros ao fim de 2023, a 9,25%, de 9,00% antes.
Apesar da inflação alta e da perspectiva de uma política monetária em níveis ainda mais restritivos, houve leve melhora na conta para a expansão econômica em 2022. Os economistas consultados agora esperam que o Produto Interno Bruto (PIB) avance 0,70% neste ano, contra taxa de 0,65% vista anteriormente. O prognóstico de 2023 foi mantido em crescimento de 1,00%.
A pesquisa Focus voltou a ser divulgada na segunda-feira --embora fora do horário normal, de 8h25 (de Brasília)-- depois de ser retomada na terça passada ao fim de um hiato de quase um mês, provocado por greve de servidores do Banco Central. A greve, que afetou a publicação de vários outros indicadores econômicos, chegou a ser suspensa, mas será retomada na terça-feira, segundo o Sindicato Nacional dos Funcionários do BC.