CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - O Banco Central do México elevou inesperadamente sua taxa básica de juros nesta quarta-feira em 0,50 ponto percentual, para 3,75 por cento, desencadeando um rali na enfraquecida moeda mexicana em meio a promessas do governo de cortar gastos.
O Banco Central também interviu diretamente no mercado de câmbio para vender dólares, parte de uma política maior para sustentar o peso, que despencou para novas mínimas nas últimas semanas.
"Este não é o início de um ciclo de aumento da taxa de juros", disse o presidente do BC mexicano, Agustin Carstens. "Foi uma maneira de demonstrar nosso protesto, nossa clara rejeição a estes níveis (do peso ante o dólar)", disse.
A mudança na política de intervenções no câmbio marca uma pausa inesperada na preferência do BC mexicano por intervenções baseadas em regras, na primeira vez desde 2009 que a autoridade optou por venda direta de dólares.
O ministro das Finanças, Luis Videgaray, disse que o governo fará cortes de gastos no orçamento de 2016 de 132 bilhões de pesos (7,23 bilhões de dólares), ou cerca de 0,7 por cento do Produto Interno Bruto do país. Cortes na petroleira estatal Pemex responderão por 100 bilhões de pesos do total, disse.
"Isto pegou a todos de surpresa. Eles estão tomando a rota de defesa clássica. Seria possível imaginar que eles não aumentariam (a taxa) após os cortes da Fazenda/PEMEX", disse o chefe de dívidas soberanas de mercados emergentes da Aberdeen Asset Management em Londres, Edwin Gutierrez.
O peso, que vinha sendo atingido pela queda nos preços do petróleo, subiu nesta quarta-feira, se aproximando do seu maior nível desde 15 de janeiro, depois de atingir uma nova mínima na semana passada.
(Por Miguel Gutierrez e Michael O'Boyle)