Jerusalém, 19 set (EFE).- O primeiro-ministro interino de Israel, Benjamin Netanyahu, propôs nesta quinta-feira ao seu rival, o centrista Benny Gantz, a formação de um governo de união nacional.
"Não há outra opção a não ser formar um amplo governo de unidade", disse Netanyahu, em um vídeo divulgado no Twitter, onde pediu ao líder da coalizão centrista Azul (SA:AZUL4) e Branco - que segundo os resultados com 97% dos votos apurados, ocuparia um assento a mais que o Likud -, a "trabalhar juntos", além de se reunirem hoje mesmo e evitar a realização de uma terceira eleição.
Com 97% dos votos apurados do pleito da última terça-feira, Gantz vence com a diferença mínima ao partido de Netanyahu, e nenhum dos dois tem uma maioria para formar um governo.
"Me dirijo ao deputado Gantz. Benny, o povo pede um amplo governo unitário, com responsabilidade. Vamos formar um governo de ampla unidade hoje mesmo", diz nas imagens.
"Não há razão para irmos para uma terceira eleição", acrescentou o líder da direita.
Desta forma, Netanyahu reconhece não ter votos suficientes para formar governo, e abre as portas para a reivindicação de Avigdor Lieberman, líder do Israel Nosso Lar, cujas oito cadeiras são imprescindíveis para formar o executivo e que pede um governo de unidade entre seu partido, Likud e o Azul e Branco.
A mídia israelense diz que líderes do Azul e Branco rejeitaram a oferta, que consideram uma artimanha política que responde à má situação do Likud após as últimas eleições.
Segundo a apuração atual, o partido centrista ficaria com 32 cadeiras, superando por um o Likud, o que colocaria em uma posição vantajosa para negociar e poderia fazer com que o presidente Reuven Rivlino confiasse na formação do governo.
Netanyahu se reuniu ontem à tarde com o resto dos partidos de direita e religiosos, para explorar a configuração de um bloco que se apresente unido antes das consultas de Rivlin.
Os líderes desses partidos assinaram hoje um documento no qual prometeram recomendar Netanyahu como candidato.
Desde o início o Azul e Branco reiterou sua vontade de criar um governo unitário com o Likud, mas se recusa a fazê-lo com Netanyahu, já que desejam que o primeiro-ministro interino esteja longe do poder, por conta dos casos de corrupção que o assombram, cuja acusação está pendente de uma audiência com o procurador-geral do Estado, prevista para o próximo dia 3 de outubro.