O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, reiterou nesta sexta-feira, 25, em Washington, o compromisso da instituição em buscar a meta da inflação. Ele também frisou que o BC tem buscado ser transparente nos parâmetros observados em suas decisões, ainda que sem antecipar os próximos passos.
"Nós vamos perseguir a meta, vamos trabalhar para levar a inflação à meta", declarou Campos Neto em evento com investidores promovido pelo Itaú (BVMF:ITUB4), em paralelo às reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) na capital dos Estados Unidos. "Estamos procurando uma forma de atingir a meta", acrescentou.
Ainda que a inflação esteja mais baixa, ele lembrou que a meta perseguida pelo BC, de 3%, também é menor. "Não acho que esteja tudo bem porque a inflação está menor do que a média histórica. Nosso trabalho é fazer a inflação convergir para a meta", comentou o banqueiro central, salientando que usou de propósito, em sua apresentação, um gráfico só com o centro e não com o intervalo da meta.
O presidente do BC disse, mais uma vez, que os bancos centrais podem cometer dois erros: subir demais, ou não subir os juros o suficiente. Ele salientou, porém, que há consenso de que bancos centrais de mercados emergentes não podem errar por fazer pouco, dado o histórico inflacionário. "Para o Brasil, o custo de fazer muito pouco é maior do que o de fazer demais."
Reforçando a posição data dependent, Campos Neto observou que, diante de muitas incertezas, é preciso aguardar como o cenário vai se desenvolver. Ele frisou, contudo, que o BC tem buscado ser transparente, abrindo modelos e dados ao mercado, ao mesmo tempo em que leva em conta as expectativas de inflação do mercado nas decisões de política monetária.