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Paula Magalhães: “Galípolo precisará provar que não é leniente com a inflação”

Publicado 09.07.2024, 14:50
© Jessica Bahia Melo
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Investing.com – Com os ruídos a respeito de eventual indicação do atual diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, como novo presidente da autoridade monetária, o que deve ocorrer em agosto, segundo coluna do jornal “O Globo”, a expectativa é de que será necessário provar seu compromisso com a meta inflacionária.

A avaliação é da economista Paula Magalhães, doutora pela EESP-FGV, que já ocupou o cargo de economista-chefe da A. C. Pastore & Associados, de Affonso Celso Pastore, falecido neste ano.

“Ele vai ter que provar que não é leniente com a inflação. Ou seja, ele vai ter que sinalizar para o mercado, tanto com palavras quanto com ações, de que ele não é essa pessoa”, destaca Magalhães, que falou em entrevista ao Investing.com Brasil.

Após estresse nos mercados e elevação no prêmio de risco diante de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao presidente do BC atual, Roberto Campos Neto, e ao patamar da taxa de juros, aumentaram os receios a respeito da independência do próximo comando.

LEIA MAIS: O que é taxa de juros?

Membros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Centra têm demonstrado preocupação em passar uma mensagem única, após a divisão do colegiado na decisão de maio, o que refletiu no anúncio unânime em junho.

“O que devemos ver nas próximas reuniões é um comitê mais coeso, também, nas mensagens duras com relação à inflação, para tentar conter a parte da piora das expectativas que tem a ver com a credibilidade do Banco Central”.

Leia a entrevista com a especialista:

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Inv.com – Quais as tendências para a política monetária brasileira neste ano e o que esperar de uma eventual indicação de Galípolo, que substitui Campos Neto, de férias neste momento? O que se espera para a Selic neste ano, sem espaço para mudanças?

Paula Magalhães – O que a gente viu depois da divisão da reunião de maio é que o comitê, tanto Campos Neto, quanto Galípolo, Paulo Picchetti, aqueles que vieram a público falar a respeito da sua avaliação, se demonstrou muito preocupado em apresentar uma mensagem única, uma mensagem unida, que se refletiu não só na última reunião do Copom, quando a votação foi unânime, mas também na ata.

É uma mensagem forte de que eles querem perseguir a meta, pois mesmo aqueles nomeados pelo presidente Lula concordaram com a manutenção da Selic no patamar atual.

Conforme o presidente tem feito bastantes críticas a Campos Neto, como se fosse culpa só da figura dele que os juros estão nesse patamar que o presidente julga elevado, acaba gerando uma preocupação com relação à independência do próximo presidente, que parece que vai ser o Galípolo.

Acho que o que vai acontecer é que ele vai ter que provar que não é leniente com a inflação. Ou seja, ele vai ter que meio que sinalizar para o mercado, tanto com palavras quanto com ações, de que ele não é essa pessoa.

O que devemos ver nas próximas reuniões é um comitê mais coeso, também, nas mensagens duras com relação à inflação, para tentar conter a parte da piora das expectativas que tem a ver com a credibilidade do Banco Central.

Agora, ao olhar a depreciação no câmbio, dado o que é indicado para as projeções do Banco Central, há um risco de o Banco Central precisar aumentar os juros.

E, se tiver algum alívio externo, algum alívio por parte do governo federal de uma sinalização com relação a controle de gastos que possa ajudar uma apreciação, esse movimento fica descartado.

Para quedas na Selic, não há mais espaço neste ano, acredito que até para o começo do ano que vem, pois deve ocorrer a mudança da liderança, e a nova liderança vai ser testada.

Ela não pode chegar logo de cara talvez querendo retomar a queda de juros se ela não tiver a credibilidade. Hoje, com o cenário que estamos vendo agora de uma certa descrença, depreciação de juros e descrença fiscal, o risco é mais para uma alta do que para uma queda.

Inv.com – Mas você acha que essa alta pode acontecer?

Magalhães – Eu acho que pode assim, se o cenário não melhorar, isso pode acontecer sim, pode acontecer nesse ano.

Investing.com – Como avalia as mudanças que foram implementadas na regulamentação da Reforma Tributária? Quais considera pontos mais polêmicos?

Magalhães – De modo geral, o relatório veio como eu esperava. A questão, é o que pode ser modificado no plenário, como por exemplo acrescentar mais itens na cesta básica para uma isenção, por exemplo de carnes. Lembrando que qualquer item com diminuição na tributação, inserindo em algum regime especial, impacta depois na alíquota total.

Parece que houve uma grande preocupação do grupo de trabalho em não fazer com que a alíquota geral ultrapasse os 27%, pois foi comentado que essa já seria uma alíquota muito alta, que reflete o que já pagamos em diversos impostos. Então temos que ficar de olho no que pode vir do plenário pois não estamos fora de o risco de esta alíquota aumentar.

Inv.com – O segundo semestre deve ser marcado pelas eleições municipais e por pleito nos Estados Unidos. Quais possíveis impactos, o que o investidor deve ficar atento?

Magalhães – O pleito municipal vai mostrar o apoio do presidente Lula em vários lugares porque várias disputas acabaram ficando polarizadas. Pelo Congresso, já sabemos que ele não tem uma maioria, mas o resultado de eleições mais atuais mostra a força do presidente ou não.

Pelo que foi noticiado na mídia, algumas pesquisas internas mostram que as críticas ao BC geram melhoras na popularidade do presidente. Então, talvez ele queira levar à frente essas críticas, culpando a liderança atual do Banco Central pelos juros altos para poder se destacar politicamente. Mas tem um limite. O limite é quando isso bate no preço dos ativos, como câmbio, podendo piorar a visão do cenário para Selic.

Já as eleições americanas são muito importantes porque o plano econômico do Trump seria um plano que traria consequências de desglobalização, que poderia danificar muitos mercados. Quando o mercado americano sofre uma queda nas ações, expectativa de um juro mais alto por mais tempo, porque desglobalização seria inflacionária, a gente acaba sofrendo também, até pela via do câmbio. Então será muito importante o resultado da eleição americana para países emergentes em geral e, com certeza, para o Brasil.

Inv.com – Quais são os principais desafios da equipe econômica no segundo semestre, em sua visão?

Magalhães – Até o final de agosto, a equipe econômica vai enviar o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) e precisará dizer como atuará para viabilizar a sustentabilidade do arcabouço fiscal não só no ano que vem, mas também em ano eleitoral. Isso ocorre porque, segundo aparecia na Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), a queda de gastos discricionários para poder manter arcabouço fiscal em pé era muito forte em 2026. O mercado vai ficar de olho para ver o que o governo fará para que o arcabouço fiscal seja sustentável e para que não seja preciso alterar uma regra que tem cerca de um ano.

Completando sobre o BC, houve um alívio grande quando o dólar saiu lá do seu ciclo de R$5,70 para R$5,50. Ainda assim, o BC, na sua ata, mostrou que as suas projeções que fazem a inflação chegar próximo à meta no ano que vem com Selic parada em 10,5% é um câmbio de R$5,30, então ainda é preciso algum alívio nos ativos brasileiros.

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