Por Lucia Mutikani
WASHINGTON (Reuters) - O número de norte-americanos que apresentaram pedidos de auxílio-desemprego na semana passada atingiu um recorde pela segunda semana consecutiva, superando 6 milhões, à medida que mais jurisdições impõem medidas de isolamento em casa para conter a pandemia de coronavírus, que os economistas dizem ter empurrado economia para uma recessão.
Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego subiram para 6,65 milhões na última semana, ante 3,3 milhões em dado não revisado na semana anterior, informou o Departamento do Trabalho dos EUA nesta quinta-feira.
A leitura superou com folga a mediana das estimativas de 3,5 milhões de pedidos em uma pesquisa da Reuters com economistas.
O relatório semanal do governo, com os dados mais atualizados sobre a saúde da economia, ofereceu a evidência mais clara de que o maior boom de empregos na história dos EUA provavelmente terminou em março.
Mais de 80% dos norte-americanos estão sob algum tipo de bloqueio, número maior que os menos de 50% há duas semanas, deixando os escritórios estaduais de emprego sobrecarregados por uma avalanche de pedidos.
Economistas dizem que o país deve se preparar para que os pedidos de auxílio-desemprego continuem aumentando, citando parcialmente provisões generosas de um histórico pacote fiscal de 2,2 trilhões de dólares assinado pelo presidente Donald Trump na última sexta-feira e o alívio das exigências do governo federal para que os trabalhadores busquem benefícios.
Como resultado, trabalhadores autônomos e trabalhadores que anteriormente não podiam pedir auxílio-desemprego agora são elegíveis. Além disso, os desempregados receberão até 600 dólares por semana por até quatro meses, o que equivale a 15 dólares por hora por uma semana de trabalho de 40 horas.
Em comparação, o salário mínimo exigido pelo governo é de cerca de 7,25 dólares por hora e o pagamento médio do auxílio-desemprego era de aproximadamente 385 dólares por pessoa por mês no início deste ano.