SÃO PAULO (Reuters) - Os preços ao produtor no Brasil iniciaram o ano com forte alta de 1,18% em janeiro, diante da pressão da indústria extrativa, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em dezembro, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) havia apresentado taxa negativa de 0,08%.
Entre as 24 atividades analisadas, o IBGE apontou que 18 tiveram alta no mês, sendo que as maiores variações foram registradas em indústrias extrativas (9,54%), bebidas (4,31%), madeira (3,14%) e papel e celulose (2,85%).
A indústria extrativa apresentou alta de preços pela primeira vez desde agosto de 2021, de acordo com o IBGE.
Segundo o analista da pesquisa, Felipe Câmara, o resultado de janeiro está ligado ao preço do petróleo e do minério de ferro, ambos em alta no mercado internacional.
Os preços no setor de refino de petróleo e biocombustíveis passaram a subir 2,26% em janeiro, depois de caírem 1,54% em dezembro.
"O resultado dessa atividade não só acompanha a recuperação recente do preço do petróleo, mas também responde ao efeito da alta acumulada do barril nos últimos meses. O setor, como toda a indústria, convive ainda com o encarecimento nos custos de importação de insumos, provocado pela depreciação cambial do último semestre", explicou Câmara.
O IPP mede a variação dos preços de produtos na "porta da fábrica", isto é, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação.
(Por Camila Moreira)