PEQUIM (Reuters) - Os preços das novas casas da China desaceleraram em novembro, com os mercados das cidades menores perdendo parte do seu vigor, embora o setor tenha se mantido relativamente resiliente em meio a uma desaceleração mais ampla na atividade econômica.
Os preços médios dos imóveis residenciais nas 70 principais cidades da China aumentaram 0,9 por cento em novembro ante o mês anterior, mais lento que os 1 por cento de outubro e os mais fracos desde setembro, segundo cálculos da Reuters.
Os dados marcam o 43º mês consecutivo de aumento de preços, segundo cálculos da Reuters, tendência que permaneceu intacta, apesar das restrições criadas para conter um boom imobiliário de quase três anos que se espalhou das megacidades para o interior.
Num sinal de força, 63 das 70 cidades pesquisadas pelo National Bureau of Statistics (NBS) relatou aumentos de preços mensais para novas casas, ligeiramente inferior a 65 em outubro.
Comparado com o ano anterior, os preços das novas residências subiram 9,3 por cento, o mais rápido desde julho de 2017 e acelerando em relação ao ganho de 8,6 por cento de outubro, de acordo com dados divulgados pela NBS.
O mercado imobiliário da China permaneceu relativamente resiliente, já que muitos investidores exploram as lacunas regulatórias e recorrem a cidades menores, onde as restrições são mais leves. Alguns especuladores também estão apostando que muitos governos locais, que dependem de receita de imóveis, relutam em apertar demais a regulação.
Em contraste, as vendas do varejo da China em novembro cresceram no menor ritmo desde 2003 e a produção industrial teve a menor alta em quase três anos, com a economia perdendo força em meio à disputa comercial do país com os Estados Unidos.
Mas o sentimento no setor imobiliário também se tornou mais pessimista recentemente após um aumento nos leilões de terrenos inadimplidos, à medida que a economia desacelera e o governo continua pouco disposto a soltar o controle sobre o setor.
Os economistas estão particularmente preocupados com uma queda nos mercados menores da China, onde os fundamentos econômicos são mais fracos, embora alguns esperem medidas de flexibilização do crédito para sustentar o setor.
As 35 cidades chinesas de nível 3 tiveram aumento médio de preço de 0,9 por cento, desacelerando de 1,1 por cento no mês anterior, enquanto suas 31 cidades de nível 2 - viram aumento de preços de 1 por cento.
As quatro maiores cidades chinesas de Pequim, Xangai, Shenzhen e Guangzhou registraram avanço de 0,3 em seus preços médios mensais.
O investimento imobiliário na China aumentou em novembro, em contraste com outras partes da economia, que se enfraqueceram.
(Reportagem de Christian Shepherd e Yawen Chen)
(Por Aluisio Alves)