Londres, 3 mai (EFE).- A primeira-ministra do Reino Unido e líder do Partido Conservador, Theresa May, classificou nesta sexta-feira de momento "muito difícil" para seu partido o revés sofrido nas eleições locais na Inglaterra, onde perderam mais de 500 cadeiras.
Nas eleições municipais realizadas ontem na Inglaterra, onde estavam em jogo 8.425 cargos de vereadores, os "tories" (conservadores), que defendiam 4.905 cadeiras, perderam 552 e somam até agora 1.502 assentos, com a apuração concluída em 130 de um total de 248 câmaras municipais.
"Os resultados estão saindo, mas o panorama é claro. Os vereadores que trabalharam duro durante anos para suas comunidades locais perderam sem que tivessem culpa", confessou May, em referência ao Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia, em declarações em Llangollen, no País de Gales.
"Este é um momento difícil para o nosso partido e os resultados destas eleições são um reflexo disso", acrescentou a política. Para May, o partido tem o "privilégio" de governar o país em um "momento transcendental" e diante de uma responsabilidade "histórica".
Cumprir com a saída do Reino Unido da UE - cuja data foi marcada para 31 de outubro - é a "simples mensagem" que se pode interpretar dos resultados do pleito, argumentou a chefe de governo.
Tanto conservadores como trabalhistas sofreram fortes derrotas nas eleições locais inglesas, enquanto ainda são aguardados os resultados dos pleitos na província da Irlanda do Norte. Nesta ocasião, não houve votação na Escócia nem no País de Gales.
Os trabalhistas, que tinham 2.113 vereadores, perdem 74 cadeiras e somam 1.090, enquanto os liberal-democratas, os grandes vencedores, ganham 354 assentos e somam, até o momento, 664 vereadores.
Os eleitores na Inglaterra e na Irlanda do Norte compareceram ontem às urnas para participar de eleições municipais que servem de termômetro para conhecer o impacto da saída britânica da UE.
Na Irlanda do Norte, os eleitores foram convocados para escolher os 462 membros que compõem os 11 conselhos regionais, após uma campanha marcada pelo recente assassinato da jornalista Lyra McKee, de 29 anos, cometido pelo grupo terrorista dissidente Novo IRA.
Os resultados do pleito na província britânica serão conhecidos neste sábado.
O Reino Unido, que votou em favor do Brexit no referendo de 2016, adiou sua saída da UE de 29 de março para 31 de outubro, depois que o parlamento rejeitasse várias vezes o acordo de saída negociado entre Londres e Bruxelas.