TÓQUIO (Reuters) - O banco central do Japão não está debatendo uma saída de sua política monetária ultrafrouxa e não fará isso durante o restante de seu mandato, que vai até abril de 2023, disse o presidente da instituição, Haruhiko Kuroda, segundo informações do jornal Mainichi desta quinta-feira.
"Enquanto nossa atual projeção de preços durar, não há chance de debatermos (uma política de saída)", disse Kuroda em entrevista, segundo o jornal.
"Não estamos engajados em nenhum debate sobre uma saída. Fazer isso é inapropriado devido à evolução dos preços no Japão."
Embora o aumento dos custos dos combustíveis esteja elevando os preços no atacado, a chance de a inflação ao consumidor no Japão acelerar acentuadamente é "muito pequena", já que as famílias ainda não se tornaram tolerantes a aumentos de preços, disse Kuroda.
"A chave seria o crescimento salarial", acrescentou, argumentando que aumentos constantes nos salários seriam cruciais para que a inflação ao consumidor caminhe de forma sustentável em direção à meta de 2% do Banco do Japão.
"A recuperação econômica do Japão é mais lenta do que a dos Estados Unidos e países europeus, e a inflação (ao consumidor) é de apenas 0,5%", disse Kuroda.
"Dessa forma, não há necessidade de reduzir o estímulo monetário ou mudar em direção a um aperto da política monetária. Fazer isso é improvável", acrescentou.
(Por Leika Kihara e Daniel Leussink)