Nursultan, 10 jun (EFE).- O presidente eleito do Cazaquistão, Qasim-Yomart Tokayev, diminuiu nesta terça-feira a importância do relatório crítico sobre o processo eleitoral da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) e disse que não se deve prestar atenção unicamente nessa avaliação.
"Com relação ao relatório da missão observadora da OSCE, me informaram em geral sobre estas avaliações, mas quero dizer que a OSCE foi apenas uma das organizações internacionais presentes. Não devemos focar apenas nas avaliações desta organização", indicou.
Tokayev questionou porque as estimativas de outras entidades estavam sendo ignoradas.
Os observadores internacionais da OSCE denunciaram que durante as eleições houve "grandes irregularidades" e "violações das liberdades fundamentais" e se referiram tanto a detenções como às violações de urnas.
Tokayev, que ganhou o pleito presidencial de domingo com 70,76% dos votos, segundo os resultados oficiais publicados hoje pela Comissão Eleitoral Central, defendeu que as eleições "foram justas, abertas".
"Nelas participaram sete candidatos em igualdade condições. Da minha parte, como presidente da República do Cazaquistão, foram tomadas todas as medidas para que estas eleições ocorressem de um modo justo, aberto e honesto", afirmou.
O presidente eleito insistiu que no Cazaquistão "existe uma total liberdade com relação ao direito de se expressar".
Cerca de 50 que protestavam contra os resultados das eleições presidenciais foram detidas ontem em Almaty, a segunda maior cidade cazaque.
Durante a jornada eleitoral também foram detidos 500 manifestantes que pediam boicote ao pleito, tanto na capital como em Almaty.
Tokayev sustentou que alguns cidadãos "se comportaram de um modo indecoroso, provocaram os agentes de polícia, que tomou medidas".
Na sua opinião, os cazaques que participaram dos protestos de domingo foram influenciados desde o exterior e puseram em perigo a segurança de seus concidadãos.
Segundo o presidente eleito, três policiais que ficaram feridos tiveram que ser hospitalizados.
Tokayev alegou que um dia antes do pleito pediu contenção à polícia e afirmou que os agentes da ordem "continuarão se comportando do mesmo modo no futuro".
Além disso, pediu aos manifestantes que estabeleçam um diálogo com as autoridades e lembrou a proposta de formar um Comitê de Confiança Social com representantes de diversos setores sociais para trocar opiniões.
"A minha posição a princípio é que podem coexistir diversas opiniões, mas a nação é única. Diferentes opiniões, mas uma nação unida", insistiu.
Tokayev, no poder no Cazaquistão desde a renúncia em março do pai da nação, Nursultan Nazarbayev, recebeu no domingo o apoio de 6,5 milhões de eleitores, mais da metade do eleitorado.
Em segundo lugar ficou o jornalista e opositor, Amirzhan Kosanov, com 16,2% dos sufrágios, e em terceiro Daniya Yespayeva, a primeira mulher na história deste país em aspirar à Presidência, que recebeu 5,2% dos votos.
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