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Pressionada por combustíveis e dólar, inflação tem maior nível para outubro em 13 anos

Publicado 06.11.2015, 10:41
© Reuters. Posto de gasolina em Copacabana, Rio de Janeiro
PBR
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Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - O reajuste dos preços dos combustíveis levou a inflação ao consumidor brasileiro a acelerar em outubro ao maior nível para o mês em 13 anos, somando quase 10 por cento no resultado acumulado em 12 meses, em um momento de valorização do dólar e em que o Banco Central encontra dificuldades para conter a alta dos preços.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,82 por cento em outubro, depois de subir 0,54 por cento em setembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

É o nível mais alto para meses de outubro desde 2002, quando chegou a 1,31 por cento, e também o maior neste ano desde março, quando a alta foi de 1,32 por cento.

Com isso, a alta acumulada em 12 meses até o mês passado atingiu 9,93 por cento, maior nível desde novembro de 2003 (11,02 por cento), contra avanço de 9,49 por cento em setembro. A meta do governo para este ano é de 4,5 por cento com tolerância de 2 pontos percentuais para mais ou menos.

A expectativa em pesquisa da Reuters era de alta mensal de 0,80 por cento em outubro, chegando em 12 meses a 9,91 por cento.

GASOLINA

O maior responsável pela leitura de outubro foram os combustíveis, que encareceram 6,09 por cento no mês. Sozinha, essa categoria foi responsável por 37 por cento do resultado do IPCA, somando 0,30 ponto percentual ao índice.

O litro da gasolina, combustível de maior peso no índice, ficou em média 5,05 por cento mais caro, exercendo impacto de 0,19 ponto percentual no IPCA. Já o aumento dos preços do etanol foi de 12,29 por cento, o que representa alta 0,10 ponto percentual no índice.

"A alta da gasolina trouxe a reboque o aumento do etanol. Aumentou a procura e a exportação de etanol neste ano, o que diminui a oferta", explicou a economista do IBGE Eulina Nunes dos Santos.

Diante disso, o grupo Transportes foi o que registrou a maior alta em outubro, de 1,72 por cento, sobre 0,71 por cento em setembro.

O avanço da gasolina é resultado do reajuste de de 6 por cento nas refinarias promovido pela Petrobras (SA:PETR4).

Ainda se destacou o avanço de 0,77 por cento de Alimentação e Bebidas, a segunda maior alta no índice do mês, após encarecimento de 0,24 por cento em setembro.

Segundo Eulina, a influência do fortalecimento do dólar em relação ao real sobre os preços vem se intensificando, principalmente sobre os alimentos. Neste ano até a véspera, a moeda norte-americana avançou 42 por cento.

"Uma das principais justificativas é a pressão do câmbio sobre insumos, fertilizantes e dos custos agrícolas em geral. O dólar também está atraente para a exportação de alguns produtos como carnes de boi e aves, o que reduz a oferta por aqui", disse ela.

A pesquisa Focus do Banco Central mostra que os economistas já veem a alta do IPCA perto de 10 por cento neste ano. As expectativas para 2016 também vêm piorando, apontando avanço de 6,29 por cento.

Nem mesmo a recessão e a alta do desemprego no país têm conseguido conter as expectativas, já que turbulências fiscais e políticas têm abalado a confiança dos agentes econômicos.

© Reuters. Posto de gasolina em Copacabana, Rio de Janeiro

"Para 2016 o mercado vem corrigindo as expectativas para cima, e um dos fatores á a questão da desvalorizacao cambial, além da perspectiva de alguns ajustes de administrados no ano que vem. Esse movimento pode continuar", afirmou a economista do CM Capital Markets Camila Abdelmalack.

O próprio BC piorou sua previsão para a inflação neste ano e no próximo, e agora afirma que tomará as medidas necessárias para levar a inflação ao centro da meta em 2017. Até poucas semanas atrás, o BC defendia que a inflação voltaria para o centro da meta no fim de 2016.

A autoridade monetária também afirmou que permanecerá vigilante "independentemente do contorno das demais políticas", imprimindo algum viés de alta para eventualmente elevar mais à frente os juros básicos, atualmente em 14,25 por cento.

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