Por José de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - A prévia de setembro da inflação "oficial" teve apenas ligeira alta, de forma geral em linha com as expectativas, com os preços de alimentação e bebidas mostrando queda, enquanto os custos com habitação ajudaram a puxar a inflação para cima.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve variação positiva de 0,09% em setembro sobre agosto, ficando próximo à taxa de 0,08% esperada por analistas consultados pela Reuters.
Em agosto de 2019, o IPCA-15 havia subido também 0,08% ante o mês anterior. Em setembro de 2018, a taxa também foi de 0,09%.
O grupo Alimentação e Bebidas teve deflação de 0,34% e exerceu o maior impacto de baixa no índice cheio, do qual retirou 0,08 ponto percentual. Em agosto, essa classe de despesa já havia recuado 0,17%.
Do lado das altas, destaque para o grupo Habitação, no qual os preços subiram 0,76% ante agosto, adicionando 0,12 ponto percentual ao IPCA-15 de setembro.
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 2,60% e sobe 3,22% em 12 meses --esta a mesma taxa acumulada nos 12 meses até agosto.
Variação Variação
Mensal (%) Acumulada (%)
Alimentação 0,03 -0,17 -0,34 -0,08 -0,48 3,99
e Bebidas
Habitação 0,43 1,42 0,76 0,12 2,63 4,15
Artigos de -0,06 0,82 -0,4 -0,02 0,36 2,8
Residência
Vestuário -0,19 -0,07 0,58 0,03 0,32 0,93
Transportes -0,44 -0,78 0,09 0,02 -1,13 1,75
Saúde e 0,34 -0,32 0,09 0,01 0,11 4,23
Cuidados
Pessoais
Despesas 0,48 0,27 0,1 0,01 0,85 3,27
Pessoais
Educação 0,12 0,07 0,04 0 0,23 4,82
Comunicação 0,14 0,44 -0,06 0 0,52 0,27
IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de
Índices de Preços ao Consumidor.
O cálculo do IPCA-15 é o mesmo feito para o IPCA, com diferença apenas na abrangência geográfica e no período de coleta --no caso do IPCA-15 de setembro, entre 14 de agosto a 12 de setembro.
O IPCA de setembro será divulgado em 9 de outubro. O IPCA é o índice de inflação que serve de referência para o regime de metas do Banco Central.
De forma geral, a inflação tem surpreendido para baixo, o que tem reforçado apostas de novos cortes de juros.
Na ata do Copom divulgada mais cedo nesta terça-feira, o Banco Central disse que a inflação acumulada em 12 meses deve recuar, mas voltará ao fim do ano para níveis próximos aos observados até agosto, com projeções ficando abaixo ou ligeiramente abaixo da meta para 2020, que é de 4,00%.