Por Leika Kihara e Takahiko Wada
TÓQUIO (Reuters) - O Banco do Japão (BOJ, na sigla em inglês) deve manter sua política monetária estável na próxima semana e elevar sua previsão de crescimento econômico, já que o acordo comercial entre Estados Unidos e China e a desescalada das tensões no Oriente Médio retiraram parte da pressão para que o banco ofereça mais estímulo.
Mas o presidente do BOJ, Haruhiko Kuroda, provavelmente manifestará sua determinação em manter a política monetária ultraflexível à medida que a economia continua sentindo a tensão da guerra comercial e do aumento dos impostos sobre vendas de outubro.
Na revisão de política monetária de dois dias que termina na terça-feira, o BOJ deve manter sua meta de taxa de juros de curto prazo em -0,1% e uma promessa de orientar os rendimentos dos títulos do governo com prazo em dez anos em torno de zero.
O BC japonês também deve manter uma orientação que se compromete a manter as taxas nos níveis baixos atuais, ou mesmo cortá-las, até que os riscos que impedem que o país atinja sua meta de inflação de 2% desapareçam.
"O que o BOJ descreve como o ímpeto da economia para atingir sua meta de inflação parece se manter sustentado", disse Mari Iwashita, economista-chefe de mercado da Daiwa Securities. "O BOJ começará 2020 mantendo a sua atual posição da política monetária com um olhar cuidadoso sobre os desenvolvimentos."
Em uma revisão trimestral de suas previsões, o BOJ deve revisar levemente sua projeção de crescimento para o ano fiscal que começa em abril, com ajuda de um impulso do pacote de estímulo do governo, disseram fontes à Reuters.
Segundo as atuais projeções feitas em outubro, o BOJ espera que a economia cresça 0,7% no ano fiscal de 2020 e 1,0% no ano seguinte.