Davos (Suíça), 21 jan (EFE).- A guerra comercial entre Estados Unidos e China "tira o sono" de 88% dos presidentes e executivos-chefes das maiores empresas do mundo, segundo a XXII Pesquisa Global com CEOs realizada pela consultora PwC e apresentada nesta segunda-feira no Fórum de Davos.
O trabalho contou com entrevistas com 1.378 diretores de companhias em 91 países. De modo geral, caiu a confiança na melhora da atividade econômica, e entre as principais razões desta onda de pessimismo está o conflito tarifário que envolve as duas maiores economias mundiais.
Pela primeira vez desde que a pesquisa é realizada, os principais executivos chineses preferem a Austrália aos Estados Unidos como território "mais atrativo para crescer".
Além disso, as disputas comerciais entre a União Europeia e os EUA e entre a Europa e o Reino Unido deixam em grande expectativa 45% e 32% dos entrevistados, respectivamente, e as consequências do Brexit preocupam 69% dos executivos europeus.
Para 78% dos que foram ouvidos na pesquisa, os altos impostos e taxas os deixam "extremamente preocupados", assim como 61% em função da complexidade da legislação tributária.
Para o futuro imediato, somente 35% confiam em uma melhora de seu faturamento, contra 42% no ano passado, além de ter aumentado de 13% para 18% o número dos executivos que têm "pouca ou nenhuma confiança" a respeito.
Há quase unanimidade em relação às causas deste receio: as tensões comerciais, a incerteza política, os conflitos geopolíticos e a excessiva regulação.
O crescimento do nacionalismo e do populismo afeta a capacidade das empresas em fazer negócios a médio e longo prazos, conforme revela o estudo, e o terrorismo e a mudança climática ficaram em segundo plano entre as principais preocupações dos executivos de empresas globais.
A tendência é a mesma na China, onde a confiança no crescimento das empresas caiu de 40% para 35%, nos Estados Unidos (de 52% para 39%), na Alemanha (de 33% para 20%) e na Rússia (de 25% para 15%).
O presidente da PwC Global, Bob Moritz, destacou durante a apresentação do pesquisa que os grandes executivos ainda veem com receio novidades como a inteligência artificial, que segundo ele já tem maior impacto que o da internet.